O candidato às eleições presidenciais de Taiwan William Lai Ching-te, considerado pela China como um "sério perigo" devido às suas posições pró-independência, venceu as eleições presidenciais com 40,2% dos votos, de acordo com os resultados oficiais provisórios.
William Lai Ching-te, de 64 anos, foi descrito por Pequim como um "sério perigo" devido às posições do seu partido, que afirma que a ilha é de facto independente.
O seu principal adversário, Hou Yu-ih, 66 anos, candidato do Kuomintang (KMT), que defende a aproximação com Pequim, obteve 33,2% dos votos, segundo esta contagem da Comissão Eleitoral Central.
O terceiro candidato, Ko Wen-je, de 64 anos, do pequeno Partido Popular de Taiwan (TPP) e que se apresenta como antissistema, seguia em terceiro lugar, com 25,3%.
Os taiwaneses também votaram para a renovação dos 113 assentos no parlamento, onde o DPP poderá perder a maioria.
Nas cerca de 18 mil assembleias de voto, cada boletim de voto foi recolhido e lido em voz alta pelos responsáveis ??pela contagem - um processo aberto ao público - antes de ser contado.
As urnas fecharam às 16:00 locais (08:00 em Lisboa) neste território de 23 milhões de habitantes localizado a 180 quilómetros da costa chinesa e aclamado como modelo de democracia na Ásia.
Presidente eleito saúda resistência a "forças externas"
William Lai saudou os eleitores por resistirem a "pressões externas", numa referência velada à China.
"Graças às nossas ações, o povo taiwanês resistiu com sucesso aos esforços das forças externas para influenciar estas eleições", declarou William Lai aos seus apoiantes, vincando que apenas a população do território "tem o direito de escolher o seu Presidente".
No seu discurso de vitória, o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, saudou o eleitorado por abrir "um novo capítulo na democracia" da ilha, apesar das ameaças de Pequim.
"Quero agradecer ao povo de Taiwan por escrever um novo capítulo na nossa democracia", declarou William Lai, acrescentando: "Estamos a dizer à comunidade internacional que entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia".
O Presidente eleito prometeu "proteger Taiwan das contínuas ameaças e intimidações da China", mas também "manter o intercâmbio e a cooperação" com Pequim.
Com LUSA