Cinco pessoas morreram e 15 ficaram feridas, sábado, na explosão de uma bomba num miniautocarro num bairro xiita em Cabul, confirmou este domingo a polícia da capital afegã, sobre o atentando reivindicado pelo Daesh.
"Infelizmente, na explosão de ontem [sábado], cinco dos nossos concidadãos foram mortos", disse o porta-voz da polícia da capital, Khalid Zadran, à agência espanhola de notícias EFE.
A explosão ocorreu pelas 18:30 horas locais (14:00 GMT), no bairro Dasht-e-Barchi, na zona ocidental de Cabul, habitado pela minoria xiita Hazara, a quem a missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) pediu proteção face aos frequentes ataques.
A UNAMA apelou "ao fim dos ataques contra civis, a uma maior proteção da comunidade afegã Hazara e à responsabilização dos autores".
Além da ONU, também alguns dos representantes políticos que governaram o Afeganistão antes da chegada dos talibãs, em agosto de 2021, condenaram o atentado.
Numa publicação nas redes sociais, o antigo presidente Hamid Harzai disse que o ataque é "contra todos os valores da lei islâmica", afirmação corroborada pelo antigo líder do Alto Conselho para a Reconciliação Nacional (HCNR), Abdullah Abdullah Abdullah.
De acordo com a polícia da capital afegã, o ataque foi reivindicado, no sábado, pelo grupo jihadista Daesh, numa mensagem publicada na rede social Telegram.
Há um ano, um atentado suicida contra um centro educativo Hazara matou 43 pessoas e feriu 83, na sua maioria raparigas e mulheres jovens.
Em maio de 2021, um ataque a uma escola para raparigas no mesmo local causou pelo menos 110 mortos, na sua maioria raparigas, e 290 feridos.
O Daesh reivindicou no passado numerosos atentados no Afeganistão contra a minoria xiita Hazara, que considera apóstata.