O ataque israelita contra altos dirigentes do grupo islamita palestiniano Hamas no Qatar "não promove os objetivos de Israel ou dos Estados Unidos", advertiu hoje a porta-voz da Casa Branca, indicando que o Presidente norte-americano ficou "muito desconfortável".
"Bombardear unilateralmente o Qatar, uma nação soberana e aliada próxima dos Estados Unidos, que está a trabalhar arduamente, corajosamente e a correr riscos para negociar a paz, não promove os objetivos de Israel ou dos Estados Unidos", comentou Karoline Leavitt aos jornalistas, referindo-se à mediação da guerra na Faixa de Gaza.
A porta-voz acrescentou que o ataque, executado em Doha e que provocou pelo menos seis mortos, deixou o líder da Casa Branca, Donald Trump, "muito desconfortável, apesar de a eliminação do Hamas ser "um objetivo louvável", na medida em que o grupo palestiniano "beneficiou com a miséria dos que vivem em Gaza".
Vários meios de comunicação social israelitas, entre os quais a televisão pública Kan, noticiaram que Israel informou os Estados Unidos sobre o ataque dirigido contra os dirigentes do Hamas, quando se reuniam para apreciar uma proposta negocial de Washington na capital do Qatar, que, a par dos Estados Unidos e do Egito, é um dos países mediadores do conflito.
Donald Trump visitou o Qatar em maio, no âmbito de uma viagem a vários Estados da região do Golfo, e que alberga uma importante base militar norte-americana, tendo sido na ocasião presenteado com um Boeing 747-8.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou o ataque executado com o atentado ocorrido na segunda-feira em Jerusalém, reivindicado pelo braço armado do Hamas e que provocou seis mortos.