Depois da Ucrânia ter admitido recuar para a periferia de Maryinka, Germano Almeida analisa a conquista russa no terreno. Para o comentador da SIC Notícias, a vitória russa alcançada na cidade de Maryinka é “essencialmente simbólica”.
Germano Almeida lembra que, durante o ano, as forças de Moscovo conquistaram apenas duas cidades: Maryinka e Bahkmut. No entanto, mostra também que o exército ucraniano está “em dificuldades no terreno”.
“É a prova, neste final de ano, que a Ucrânia está em dificuldades no terreno e que, se não tiver mais ajuda, mais Maryinkas podem vir . Por outro lado, a importância é que Maryinka não foi conquistada pelos russos na guerra começada a 24 Fevereiro 2022. Era um bastião ucranianos decorrente do conflito do Donbass que já começou em 2014. Lembra-nos que aquela zona do Donbass está em guerra há nove anos e não apenas há dois .”
As Forças Armadas Ucranianas anunciaram também que a idade de mobilização será reduzida, passando dos 27 anos para os 25 anos. Para o comentador, isto mostra “a necessidade de alargar esse recrutamento para responder ao alargamento russo”.
“A Rússia terá reforçado em 300 a 400 mil o efetivo disponível nos últimos meses. Possivelmente, depois das eleições de março, em que Putin vai ter uma fácil vitória, vai sentir-se mais liberto para alargar ainda mais esse reforço e, portanto, essa necessidade da Ucrânia também tentar responder com mais dificuldades .”
Germano Almeida sublinha também que a Rússia tem reforçado as indústrias de guerra com as empresas a produzir a “três turnos de quase 24 horas, o que levou a que haja mais armamento russo”.
Médio Oriente: novo ano começa "sem solução à vista"
A guerra no Médio Oriente esteve em discussão entre o Governo Israelita, o Presidente dos Estados Unidos e Emir do Qatar. Numa reunião que decorreu esta terça-feira, as três partes procuram encontrar uma solução para o conflito na Faixa de Gaza, mas as diferenças entre os países começam a notar-se cada vez mais.
“Há claramente uma diferença entre Estado Unidos e Israel . Os Estados Unidos insistem na necessidade da Autoridade Palestiniana ser reforçada para depois ficar com Gaza quando sair Israel, e o Governo Netanyahu considera que a Autoridade Palestiniana não tem essas condições ”, explica Germano Almeida.
O Qatar continua a assumir-se como uma espécie de mediador entre Israel e o Hamas, mas “infelizmente, não está a conseguir uma solução, porque claramente Hamas e a Jihad islâmica recusaram a proposta de libertar mais 40 reféns israelitas”, acrescenta o comentador.
Esta guerra poderá durar ainda vários meses – e até anos – pelo que o ano de 2024 deverá “começar com uma guerra de grande intensidade na Faixa de Gaza e sem solução à vista”.