O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou esta quarta-feira que Israel continuará "a guerra até ao fim", diluindo as esperanças de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, no dia em que foram reatadas negociações com o Hamas.
"Continuamos a guerra até o fim. Ela continuará até que o Hamas seja eliminado, até à vitória", insistiu Netanyahu numa mensagem de vídeo.
"Quem pensa que vamos parar não está ligado à realidade. Não vamos parar de lutar até atingirmos todos os objetivos a que nos propusemos: a eliminação do Hamas, a libertação dos nossos reféns e a eliminação da ameaça de Gaza", sublinhou.
As palavras do primeiro-ministro israelita foram divulgadas no mesmo dia em que foram reativadas as negociações no Cairo para uma nova trégua temporária e a libertação de mais reféns.
O líder do Hamas, Ismail Haniya, viajou do Qatar para o Egito para participar nas conversações, mediadas por aqueles dois países, onde se presume que também participe o chefe da "secreta" Mossad, que esta semana se encontrou na Europa com o emir do Qatar e com o diretor da CIA, William Burns, para discutir a possibilidade de um cessar-fogo temporário.
Um alto responsável do Hamas afirmou que o grupo palestiniano "não participará no jogo" de Israel para uma nova libertação dos reféns israelitas, que seria seguida de "outra onda de assassínios em massa" na Faixa de Gaza.
Ghazi Hamad confirmou, em declarações ao canal de televisão Al-Jazeera, que "algumas pessoas" estão a tentar negociar uma trégua nos combates, embora tenha defendido que não são do interesse do grupo palestiniano.
"Israel jogará a carta dos reféns e depois iniciará outra onda de assassínios em massa e massacres contra o nosso povo", disse Hamad.
"Não participaremos neste jogo", afirmou, embora tenha sublinhado que o grupo islamita "está disposto a negociar com todos", uma vez alcançado o fim do conflito, e assumir "um grande compromisso" que inclua a libertação dos reféns israelitas e de palestinianos nas prisões de Israel.