O Presidente norte-americano, Joe Biden, admitiu esta terça-feira ter dúvidas se recandidataria ao cargo nas eleições de 2024 se o republicano Donald Trump não estivesse na corrida à Casa Branca.
"Se Trump não se candidatasse, não sei se me candidataria", disse Biden, 81 anos, citado pela agência francesa AFP.
"Mas não podemos deixá-lo ganhar", acrescentou, referindo-se ao seu antecessor, que é atualmente o claro favorito nas primárias republicanas.
O democrata, cuja idade preocupa os eleitores e que tem dificuldade em "vender" o historial económico, repete regularmente que a própria democracia está em jogo neste novo confronto com o antigo empresário.
Apesar da impopularidade, e salvo uma grande surpresa ou um grave problema de saúde que o obrigue a desistir, Biden tem quase a certeza de ganhar a nomeação dos democratas para as eleições de novembro de 2024.
Donald Trump, 77 anos, que foi Presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2021, é o favorito nas primárias republicanas.
Na sessão de angariação de fundos, Biden avisou que a democracia está "mais em risco em 2024" e acusou Trump e aliados de estarem determinados a destruir as instituições democráticas.
Trump, que tentou anular a vitória de Biden em 2020 e enfrenta acusações criminais relacionadas com esses esforços, tentou no fim de semana virar o jogo contra o Presidente, chamando-lhe "destruidor da democracia norte-americana". Biden, que disse não ser o único a dar o alarme, observou que Trump é o "único candidato derrotado" na história dos Estados Unidos a não aceitar os resultados.
Disse também que durante a insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, Trump sentou-se na sala de jantar na Casa Branca a ver os apoiantes "ameaçar o seu próprio vice-presidente", Mike Pence.
"A democracia norte-americana, dou-vos a minha palavra como Biden, está em jogo", insistiu, na primeira de três angariações de fundos para a campanha na zona de Boston.
Arrancando algumas gargalhadas dos doadores, Biden recordou que Trump "nem sequer apareceu" na sua tomada de posse."Não posso dizer que fiquei desiludido, mas ele nem sequer apareceu", afirmou, citado pela agência norte-americana AP.
As eleições presidenciais norte-americanas estão agendadas para 5 de novembro de 2024, sendo que o presidente tomará posse em janeiro de 2025.
Com Agências