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Com o cerco a Gaza finalizado, foi aberto um corredor humanitário durante quatro horas

Israel confirmou que, após a madrugada mais violenta desde o início do conflito, as tropas avançam agora para o interior da malha urbana, com o objetivo de destruir os túneis, o quartel-general e toda a infraestrutura militar do Hamas.

Aurélio Faria

Sofia Arêde

Daniela Tomé

Vanda Paixão

Israel confirmou esta segunda-feira o cerco à cidade de Gaza, tendo sido precedido pela madrugada com os bombardeamentos mais violentos desde o início do conflito. Com o território dividido em dois, foi possível criar um corredor humanitário durante quatro horas. Israel garante que 450 alvos do Hamas foram atingidos nas últimas 24 horas e que um líder do movimento foi abatido.

O exército israelita divulgou imagens anunciando o cerco total à cidade de Gaza, afirmando que isolou o norte do enclave do resto do território.

Israel confirmou que as tropas avançam agora para o interior da malha urbana, com o objetivo de destruir os túneis, o quartel-general e toda a infraestrutura militar do Hamas.

Líder do Hamas abatido

Nas últimas horas, um bombardeamento da força aérea terá matado o comandante do batalhão Deir al-Balah, um dos líderes que ordenou os ataques terroristas de 7 de outubro.

Em terra, os soldados terão já ocupado postos de observação e uma fábrica de armamento, garantindo ainda que terão neutralizado rampas de lançamento de foguetes e complexos subterrâneos camuflados em áreas civis.

Esta segunda-feira, e durante 4 horas, Israel abriu ainda um corredor humanitário para a população encurralada sair do norte de Gaza.

Os drones de vigilância indicam que centenas de palestinianos terão respondido ao apelo, e decidido rumar para sul.

Foi no sul da cidade Gaza que, alegadamente, foram gravadas estas imagens do Hamas, que revelam uma ação de guerrilha lançada a partir de um túnel contra uma coluna blindada israelita.

Bombardeamentos a “zonas de segurança”

O último balanço de vítimas aponta para mais de 10 mil mortos, entre eles 4 mil crianças.

Apesar da ofensiva israelita sobre Gaza estar mais concentrada no norte do território palestiniano, os bombardeamentos atingem zonas para onde nas últimas semanas milhares de pessoas convergiram em busca de segurança. Esta segunda-feira, a cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, voltou a ser bombardeada.

Neste novo ataque ao campo de refugiados de Maghazi, como em muitos outros, são familiares e vizinhos que tentam localizar as vítimas, muitas vezes em vão.

Com os serviços vitais em colapso, as organizações humanitárias temem que a falta de água, de alimentos, de medicamentos e de combustíveis, provocada pelo bloqueio total, acabe por ser tão mortífera quanto os bombardeamentos.

Numa rara declaração conjunta, as agências das Nações Unidas exigiram um cessar-fogo humanitário que permita fazer chegar ajuda à população.

Segundo as Nações Unidas, os ataques já provocaram a morte de 88 funcionários da ONU,o número mais elevado de vítimas da Organização das Nações Unidas num único conflito.

Apenas alguns feridos graves e palestinianos com dupla nacionalidade têm expectativa de poder vir a sair do território mas, tal como a entrada de ajuda humanitária, a fuga para o Egipto continua a ser feita a conta gotas.

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