O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiantou esta quarta-feira que o homólogo egípcio Abdel Fattah al-Sissi concordou em "deixar até 20 camiões atravessarem a fronteira, para a entrega de ajuda humanitária a Gaza". Liliana Reis, professora de Relações Internacionais, considera que a "conquista em relação à ajuda humanitária é crucial", ainda que possa "pecar por tardia" e seja "manifestamente insuficiente".
Garantir a entrada de ajuda humanitária para Gaza pela fronteia de Rafah era um dos objetivos da visita de Joe Biden a Israel e talvez o único onde os Estados Unidos conseguiram algum avanço.
“Vem atrasada, mas pelo menos dos objetivos que estavam inicialmente previstos, que era sobretudo envolver outros atores regionais, nomeadamente para acomodar a possibilidade de refugiados saírem neste momento a Faixa de Gaza e isso não aconteceu. Aliás, muitos dos objetivos que os Estados Unidos teriam nesta visita de Joe Biden ficaram inevitavelmente comprometidos depois do ataque ao hospital”, diz Liliana Reis.
A professora de Relações Internacionais lembra as enormes necessidades da população em Gaza, daí que considere que esta ajuda irá "pecar por tardia" e seja "manifestamente insuficiente".
“Ainda assim, nós podemos dizer que esta conquista em relação à ajuda humanitária e neste momento é crucial. Muitos palestinianos já viviam em grandes dificuldades, mesmo antes destes acontecimentos", realça Liliana Reis e destaca ainda o esforços da União Europeia e do Reino Unido.
“Por parte do Conselho Europeu também já saiu um reforço da ajuda humanitária à Faixa de Gaza, que triplicou, passou para 75 milhões”.
"Rishi Sonak, mesmo antes de partir para esta visita a Telavive, também disse que o Reino Unido estaria disponível para reforçar o apoio humanitário."
Contudo, Israel ainda não deu “luz verde” à entrada da ajuda humanitária devido ao receio de que possa ser intercetada pelo Hamas.
“Neste momento não conseguimos antever que esta ajuda não caia nas mãos do Hamas, mas ainda assim é preciso serem feitos todos os esforços no sentido de que chegue à população, porque vive uma situação verdadeiramente dramática”, considera Liliana Reis, na análise na SIC Notícias aos últimos desenvolvimentos da crise no Médio Oriente.