Tiago Correia, comentador da SIC, alerta que a Faixa de Gaza é um território de "elevada vulnerabilidade". No momento de definir estratégias, a "pressão da população" deve estar em cima da mesa. O especialista apresenta dados epidemiológicos, que mostram as dificuldades em Gaza, quando comparadas com Israel.
O ponto de partida para o conflito entre Israel e Gaza a nível de saúde é "muito desfavorável" para a população da Faixa de Gaza, que é um "território de elevada vulnerabilidade", aponta.
"O povo está sob forte pressão há largos anos. É uma coisa que tem de estar em cima da mesa quando se definem estratégias militares e posicionamentos políticos".
Na SIC Notícias, apresenta vários quadros informativos que mostram as diferenças entre a Faixa de Gaza e Israel.
Num dos quadros, é possível verificar-se que, em Gaza, a população morre em média nove anos mais cedo que em Israel, há "muito mais" crianças com menos de cinco anos a morrer e também há uma "diferença abismal" na mortalidade materna.
Em relação às causas da mortalidade, há uma "grande diferença" entre as mortes por doenças que podem ser evitáveis.
"Um bom sistema de saúde é um grande fator de mitigação de resultados tão significativos", aponta Tiago Correia.
A Faixa de Gaza é classificada como um "território de baixos recursos" pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O sistema de saúde está dependente da ajuda internacional.
O comentador da SIC apresenta ainda um quadro sobre os ataques a cuidados de saúde desde 7 de outubro, que "ultrapassam a linha vermelha e não são legítimos". No lado de Gaza, registaram-se 89, em Israel apenas seis.
Nesse sentido, para Tiago Correia, é essencial "garantir o corredor humanitário" e que os palestinianos não são confundidos com terroristas. Por outro lado, salienta, as infraestruturas de saúde têm de ser protegidas e tem de haver garantias de medicamentos e de profissionais de saúde.