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Qual o futuro da Faixa de Gaza após a intervenção israelita?

Liliana Reis, professora de Relações Internacionais, analisa os últimos desenvolvimentos no conflito israelo-palestiniano, com destaque para a situação na Faixa de Gaza.

SIC Notícias

O Presidente dos Estados Unidos diz que a ocupação israelita da Faixa de Gaza será um erro grave. Numa entrevista ao programa 60 Minutos, Joe Biden explica que o Hamas não representa todo o povo palestiniano, mas sublinha que a eliminação dos extremistas é um passo necessário. Este é o primeiro tema em análise no conflito israelo-palestiniano pela professora de Relações Internacionais, Liliana Reis.

"Neste momento, aquilo que se coloca é também a governação política da Faixa de Gaza, depois da intervenção militar israelita e, na verdade, não há aqui soluções perfeitas. Aquilo que os Estados Unidos neste momento procuram é afastar que esta intervenção seja para a recuperação deste território para Israel", explica Liliana Reis.

A professora de Relações Internacionais sublinha os esforços que têm sido feitos no sentido do afastamento do Hamas e do Hezbollah - "o Hamas não representa os palestinianos, o Hezbollah não representa o Líbano".

Os Estados Unidos têm feito várias diligências para evitar o pior na Faixa de Gaza. Não só dirigentes norte-americanos, como de outros países. O chanceler alemão, Olaf Scholz, vai também visitar Israel na terça-feira. A diplomacia internacional ainda poderá evitar um banho de sangue?

"Nós temos vindo a observar nas últimas horas sucessivos adiamentos relativamente a esta intervenção", realça Liliana Reis.

"A leitura que poderá ser feita foi que inicialmente antecipou-se que, provavelmente, alguns países, nomeadamente o Qatar e a Turquia, poderiam conseguir a libertação de alguns reféns. Este foi o primeiro sinal que foi dado que o adiamento seria, por um lado, para a libertação de reféns e, por outro lado, para a evacuação de muitos palestinianos para para o Egito."

Numa segunda fase, entrou-se no domínio operacional - "A intervenção terrestre por parte de Israel será muito difícil, porque é uma área densamente povoada e provavelmente será uma guerra de atrição muito elevada e de guerrilha urbana".

O terceiro desafio que se coloca é o de "não comprometer as opiniões públicas, sobretudo dos Estados que logo no dia 7 se manifestaram a favor de Israel e do direito de resposta de Israel que, se alienado o direito internacional público, nomeadamente o direito internacional humanitário, podem recuar nesse apoio".

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