O Hamas é uma organização terrorista, que não só não representa, como mantém, “de alguma forma, a população da Faixa de Gaza refém”, explica Maria João Tomás, sublinhando que é necessário esclarecer o que é este grupo, “para as pessoas não pensarem que os palestinianos são todos terroristas”.
Na SIC Notícias, a especialista em Assuntos Islâmicos e Médio Oriente esclarece que “o Hamas é uma organização que pertence à Irmandade Muçulmana” à qual foi associada uma “ideologia islâmica violenta” às mãos de um clérigo, a partir de 1987.
“O Hamas no início era, como toda a Irmandade Muçulmana, dedicado a causas sociais, fazia hospitais, fazia escolas, apoiava a população. Com esta ideologia de violência islâmica, tornou-se um movimento terrorista. Desde aí, começou com ataques suicidas, e tem vindo a crescer não só na forma como atua, mas também nos apoios que tem”, adianta Maria João Tomás, sublinhando que “quem financia o Hamas é o Irão”.
Entre os ideais defendidos pelo Hamas está “o fim de Israel”, não o reconhecendo como Estado. Por outro lado, “defende um Estado Islâmico na Palestina”, sendo esse o objetivo desta operação violenta iniciada no sábado. Além disso, o Hamas conseguiu agora o apoio de grupos terroristas de menores dimensões, que “estavam a crescer e a fazer-lhe sombra”.
“Com este ataque, o Hamas é o líder daquilo que é a vontade de criar um Estado Islâmico na Palestina”, afirma a especialista.
Ataque planeado permitiu resolver problemas internos
O ataque de sábado em território israelita “já estava a ser planeado, não é uma coisa que aconteça de um dia para o outro”.
“O Hamas tinha, internamente, problemas que conseguiu resolver porque todos os grupos terroristas neste momento estão com ele. Mas este ataque já estava a ser preparado, sobretudo depois de Netanyahu ter subido ao poder ”, refere.