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População em Gaza prepara-se para dias piores

Por toda a cidade, decorrem já os funerais dos mortos dos dias anteriores. Algumas imagens podem ser consideradas violentas.

Miguel Franco de Andrade

Durante todo o dia, Gaza tem sido alvo de ataques aéreos contínuos por parte de Israel. Desde sábado, as autoridades do enclave relatam mais de 500 mortos. Esta segunda feira, vários bairros foram atingidos, incluindo um campo de refugiados e uma mesquita.

A população prepara-se para dias ainda piores, com o anúncio, por parte de Israel, do corte de água, eletridade e combustíveis para a faixa de Gaza.

De noite e de dia, várias zonas da Faixa de Gaza foram alvo da artilharia e dos ataques aéreos israelitas.

Das centenas de disparos sob um dos territórios com maior densidade populacional do mundo, muitos visavam casas de líderes do Hamas ou túneis utilizados por grupo de militantes.

A meio da tarde desta segunda feira, as autoridades locais apontavam para 2.700 feridos. 80 mil desalojados, numa área onde residem mais de 2 milhões de pessoas.

No norte do território, os ataques ao campo de refugiados de Jabalia sem aviso prévio provocaram o desabamento dos edifícios em redor e a morte de dezenas de pessoas, entre as quais crianças.

O mesma ocorreu a sul no bairro de Khan Younis, com a população desesperada a tentar encontrar sobreviventes nos edifícios colapsados pelos ataques de Israel.

A população não sabe onde se refugiar

Perto do campo de refugiados de Al-Shati, uma mesquita foi atingida. Pelo menos uma criança morreu e várias pessoas ficaram feridas e levadas para os hospitais. Com dificuldades de resposta devido o bloqueio que decorre no território desde 2007, faltam macas para transportar um número crescente de feridos.

Por toda a cidade, decorrem já os funerais dos mortos dos dias anteriores. mais uma vez, muitos são crianças, entre os gritos de dor há sentimentos de vingança pelas ruas de Gaza.

Com Israel a ameaçar o cerco total e a ordenar a interrupção do fornecimento de água, eletricidade e combustíveis, Tel Aviv aconselhou os residentes de Gaza a abandonarem as casas, mas sem abrigos disponíveis, com os ataques constantes e a ameaça de uma invasão terrestre. A população não sabe onde se refugiar.

Ao longo do dia, a Hamas garantia que os reféns estavam a ser tratados de forma digna e humana, nomeadamente os idosos e crianças, mas ao final da tarde desta segunda feira, o braço armado do grupo militante ameaçava começar a executar os civis, caso Israel não parasse de imediato os ataques sem aviso prévio às casas da população de Gaza.

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