Uma semana depois da cidade de Lahaina, no Havai, ter sido transformada em cinzas, os habitantes ainda não puderam voltar ao que resta das suas casas. A SIC falou com uma portuguesa, oriunda dos Açores, que vive na cidade e que perdeu a casa da família.
A família foi obrigada a sair de casa na terça-feira da semana passada, quando deflagraram os incêndios. Zélia Paulino lembra que as chamas envolveram o dia numa enorme escuridão, “como se o sol tivesse ido abaixo e estava a ficar de noite”.
Zélia e o marido perceberam que tinham de sair de casa, por isso a portuguesa começou a arrumar as coisas. Um bombeiro aconselhou depois o marido a que deixassem a cidade. Mas o casal não via pressa em deixar a casa e as malas foram feitas “devagarinho”.
“Não sabíamos que estava a chegar tão depressa até nós, ainda ficámos algum tempo até irmos embora”, conta. “Pensávamos que voltaríamos no dia seguinte para a nossa casa. E não foi assim”.
A esperança de que a casa onde os filhos nasceram e cresceram tivesse sido poupada pelas chamas manteve-se durante vários dias, principalmente para o marido de Zélia. Mas nem a habitação nem o bairro resistiu à violência dos incêndios.
“É triste, porque eu trouxe os meus filhos para ali, eles nasceram naquela casa”, afirma Zélia.
Zélia e a família foram acolhidos por uma amiga que vive na região de Kahului, no outro lado da ilha. Ainda não puderam regressar ao que resta da casa, mas afirmam que vão recuperar a habitação.
“Vamos fazer o possível para reconstruir a nossa casa, porque isto é onde nós vivemos.”