A Eslovénia pediu ajuda à NATO e foi ativado à União Europeia o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia devido às maiores cheias de sempre no país desde que é independente. Pelo menos seis pessoas morreram e as autoridades estimam que os estragos ascendam aos 500 milhões de euros.
A chuva começou a cair na noite de quinta-feira, no país localizado entre os Alpes e o Mediterrâneo de forma persistente e contínua. Em três dias, o caudal de muitos rios transbordou as margens, rebentou represas e arrastou tudo o que aparecia à frente.
Dois terços do território da Eslovénia ficaram afetados devidos às cheias e a deslizamentos de terras. Não muito longe da fronteira com a Áustria, a localidade de Prevalje ficou desfigurada com a força das águas que destruiu pontes, casas e vidas.
O número de mortos era ainda provisório este segunda-feira, o primeiro dia em que as chuvas davam tréguas. Mas a contabilização preliminar dos estragos apontava já para prejuízos na ordem dos 500 milhões de euros. A população, desorientada, aproveitava a acalmia para começar as primeiras limpezas.
“É uma autêntica catástrofe. Estamos todos a lidar com o mesmo problema. Infelizmente, não há nada que possamos fazer. É muito triste”, descreveu uma proprietária de um restaurante que ficou afetado.
Milhares de pessoas tiveram de ser retiradas. Muitas casas ficaram destruídas, outras sem eletricidade, telefone ou água potável. Uma parte importante das infraestruturas de comunicações do país, estradas e ferrovias, estão intransitáveis, de tal forma que a Eslovénia viu-se obrigada a pedir a ativação do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.
O país precisa de escavadoras, equipas de engenharia, e ainda pontes pré-fabricadas. A Eslovénia também pediu ajuda à NATO para que disponibilize helicópteros militares e ainda recursos humanos para as tarefas de proteção, resgate e socorro.
Os vários países vizinhos dos Balcãs, para onde correm os rios eslovenos, estão ameaçados com as torrentes de lama e carregadas de poluição devido ao rebentamento de condutas de esgotos. A anomalia climática surpreendeu os habitantes, sobretudo por ocorrer no habitualmente calmo mês de agosto.
Dois dos mortos, de nacionalidade holandesa, terão sido atingidos por raios. Os restantes eslovenos, foram arrastados pelos rios. Apesar da previsão de melhoria meteorológica, as autoridades eslovenas mantêm-se vigilantes devido à possibilidade de trovoadas.