Apesar das altas temperaturas, em Israel centenas de milhares de pessoas saíram, nesta terça-feira, à rua para protestar contra a iminente aprovação da primeira lei da reforma judicial do governo.
A maioria dos israelitas teme que os confrontos que duram já há sete meses, devido a reforma judicial decidida pelo governo de Netanyahu, provoquem uma guerra sem precedentes com o setor liberal da sociedade.
Este voltou a declarar na terça-feira um novo dia de revolta nas ruas de Israel em protesto contra a revolução judicial que está a ser aprovada no parlamento a ritmo acelerado.
67% dos israelitas afirmam que uma guerra civil é possível. Só 29% pensam que isso nunca poderia acontecer. Tudo isto segundo uma sondagem do principal canal de televisão do país.
O confronto sem precedentes nas ruas de Israel está já a ter um impacto também enorme no exército, em que centenas de pilotos, oficiais de unidades especiais, e especialistas das unidades tecnológicas militares, ameaçam que não continuarão na reserva, se a revolução judicial for para a frente.
Mas não são só os militares. Companhias de alta tecnologia, que representam quase a metade das exportações do país, afirmam que devido à reforma, os investimentos estrangeiros estão a reduzir-se. Na terça anunciaram um dia de "resistência digital", que afeta também o funcionamento de vários sítios da internet.
Até mesmo os médicos de hospitais públicos ameaçam declarar uma greve se na próxima semana o parlamento aprovar a primeira lei da reforma, em segunda e terceira leitura.
A luta interna israelita tem eco também fora das fronteiras de Israel. No Líbano por exemplo o grupo pró-iraniano radical Hezbollah levou a cabo várias provocações, lançando dezenas de civis, entre eles um membro do parlamento sobre território israelita, sendo todos expulsos pelo exército.
Por outro lado, o Hezbollah instalou tendas de campanha no lado israelita da fronteira que até agora ainda não foram desmanteladas. Segundo os analistas, o confronto interno israelita motiva os inimigos do estado judaico a pôr as forças israelitas à prova.