A operação militar na região de Jenin, na Cisjordânia ocupada, terminou e os soldados retiraram da zona, anunciaram esta quarta-feira as forças armadas de Israel.
A operação originou confrontos com milícias em quem morreram 12 palestinianos, um soldado israelita e mais de 100 palestinianos ficaram feridos, 20 dos quais em estado grave, disse o Ministério da Saúde palestiniano.
"Oficialmente, a operação terminou e os soldados deixaram a região de Jenin", declarou uma porta-voz das forças armadas.
O exército israelita lançou, na segunda-feira, a maior operação militar dos últimos anos no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
As forças de defesa israelitas mobilizaram centenas de soldados, além de drones (veículos aéreos não tripulados) e escavadoras, que devastaram ruas do campo de refugiados.
"O campo de refugiados enfrenta uma situação desastrosa", disse à agência de notícias France-Presse o autarca de Jenin, Nidal Abu Saleh, referindo-se aos cortes no fornecimento de energia e água.
O ministro da Saúde palestiniano, Mai al-Kaila, chamou a operação israelita de "uma agressão que desafia a lei internacional" numa conferência de imprensa na terça-feira à noite.
Os combates levaram "cerca de três mil" pessoas a abandonar o campo de refugiados, onde viviam cerca de 18 mil palestinianos, disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Roub.
A Liga Árabe anunciou na terça-feira que ia convocar uma reunião de emergência, enquanto a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, países árabes com relações diplomáticas com Israel, denunciaram a operação.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou na terça-feira a violência em Israel e na Cisjordânia ocupada e disse que "deve parar".
O Hamas, o grupo no poder na Faixa de Gaza e que é considerado terrorista por Israel e pelos Estados Unidos, ameaçou retaliar.
Operação militar motiva troca de ataques entre palestinianos e israelitas
As Forças de Defesa de Israel realizaram, na madrugada desta quarta-feira, ataques aéreos na Faixa de Gaza em resposta a foguetes disparados do enclave palestiniano, anunciou o exército.
"Em resposta aos foguetes lançados no início da noite, as forças de defesa estão a realizar ataques na Faixa de Gaza", contra duas instalações militares do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), disse.
Uma fonte das forças de segurança palestinianas disse que os ataques aéreos israelitas atingiram um local militar do Hamas no norte da Faixa de Gaza, mas garantiu que não causaram feridos.
"Caças israelitas atacaram uma fábrica de armas subterrânea usada pelo departamento químico da organização terrorista Hamas, bem como uma fábrica de matéria-prima para foguetes do Hamas na Faixa de Gaza", indicou um porta-voz militar.
O exército israelita disse que cinco foguetes foram disparados contra Israel a partir da Faixa de Gaza, sendo que todos foram intercetados. Até ao momento, nenhuma organização palestiniana reivindicou os disparos.
Na terça-feira, um palestiniano foi morto a tiro, depois de atropelar e esfaquear pessoas em Telavive. Sete pessoas ficaram feridas, num ataque que o Hamas elogiou e classificou como uma "vingança heroica".