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Celebrações e protestos: corrida de touros em Espanha não é consensual

Entre críticas e aplausos regressaram as célebres largadas de touros de Pamplona, que juntou milhares de pessoas nas ruas. As festas estiveram suspensas durante dois anos por causa da pandemia.

SIC Notícias

Depois de dois anos sem se realizarem devido à pandemia da Covid-19, Pamplona volta a viver a verdadeira loucura que são as famosas festas de São Firmino, embora haja quem condene as touradas durante as celebrações em honra do padroeiro da cidade.

A imagem e o som da principal praça de Pamplona impressionam pela dimensão da festa. Milhares de pessoas acotovelam-se à espera da hora que dá início a uma semana de festejos na cidade. Ao meio-dia, é disparado o “chupinazo”, o tradicional foguete que é lançado da varanda da autarquia local.

O típico traje branco e vermelho pinta a imensa mole humana que festeja euforicamente o arranque das festas.

As festas são conhecidas, principalmente, pelas corridas de touros, em particular o célebre percurso de 849 metros, o “Encierro”, que os animais fazem, em pleno centro histórico da cidade, e que culmina na praça de touros.

Um percurso onde milhares de pessoas, vestidas a rigor, fogem dos animais que, em média, pesam cerca de 600 quilos.

Uma festa também de protestos

A dimensão tauromáquica das festas não é consensual. Na véspera do início das festas, militantes de várias associações de defesa dos animais, também vestidos a rigor, levantaram a voz contra as corridas.

“Mais de 9 mil animais vão morrer nas praças deste pais e mais de 50 mil vai ser torturados nas festas populares e o destino deles também será a morte. A Animaturalis e a PETA realizam esta ação há 19 anos em Pamplona. Não vamos baixar os braços até conseguirmos a abolição total da tortura dos animais para satisfazer uma minoria”, garante Cristina Ibanez, porta-voz da Anima Naturalis.

No entanto, a fama mundial das festas de San Firmin é um fenómeno mais recente, da primeira metade do século XX. O escritor norte-americano Ernest Hemingway foi um dos que mais contribuiu para esse reconhecimento, com o livro "O Sol Também Se Levanta", publicado em 1927.

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