A Coreia do Norte anunciou o lançamento do seu primeiro satélite de reconhecimento militar em junho para monitorizar as atividades dos EUA na região, informou a agência estatal KCNA. As críticas não se fizeram esperar, com Coreia do Sul e EUA a levantarem questões sobre o uso potencial com tecnologia de mísseis proibida.
Os militares da Coreia do Sul dizem que estão em estreita colaboração com as autoridades de inteligência dos EUA para “uma possível provocação” do lançamento do satélite da Coreia do Norte, segundo o chefe de estado maior conjunto da Coreia do Sul, Han Sung-Keun.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos estão a realizar entre 25 de maio e 15 de junho as maiores manobras conjuntas com fogo real da sua história para celebrar o 70.º aniversário da aliança e o 75.º da criação das Forças Armadas sul-coreanas.
Coreia do Norte alega defesa
O vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, Ri Pyong Chol, denunciou os exercícios militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul como uma demonstração aberta de "imprudente ambição de agressão".
As forças norte-americanas e sul-coreanas têm realizado vários exercícios de treino nos últimos meses, incluindo os maiores exercícios de tiro real na semana passada.
Ri Pyong Chol disse que tais exercícios exigem que Pyongyang tenha "meios capazes de recolher informações sobre os atos militares do inimigo em tempo real".
"Vamos considerar de forma abrangente as ameaças presentes e futuras e colocar em prática mais completa as atividades para fortalecer dissuasões de guerra práticas e abrangentes", disse Ri no comunicado divulgado pela agência de notícias KCNA.
A Coreia do Norte, com armas nucleares, disse que concluiu o desenvolvimento do seu primeiro satélite espião militar e o líder Kim Jong Un aprovou os preparativos finais para o lançamento.
A declaração não especificou a data exata do lançamento, mas a Coreia do Norte notificou o Japão sobre um lançamento planeado entre 31 de maio e 11 de junho, levando Tóquio a colocar as suas defesas contra mísseis balísticos em alerta e afirmando que vai destruir qualquer projétil que ameace o seu território.
"Mesmo que a Coreia do Norte o chame de 'satélite', isso é uma violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem a Coreia do Norte de todos os lançamentos usando a tecnologia de mísseis balísticos", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul também criticou o uso de tecnologia de mísseis balísticos pelo Norte como uma clara violação das sanções da ONU, dizendo que Ri estava a usar uma "desculpa rebuscada" para reforçar os seus programas de armas.