Jack Teixeira, de 21 anos, foi detido pelo FBI no caso da fuga de informação de documentos secretos do Pentágono. Mas, afinal, quem é este jovem lusodescendente?
De ascendência açoriana, alistou-se há cerca de três anos e meio nas forças militares do estado norte-americano de Massachusetts. O militar terá querido gabar-se, junto de amigos online, do conhecimento e capacidade de acesso a informação secreta dos Estados Unidos.
Aos 21 anos, dava apoio tecnológico numa base da Guarda Aérea Nacional em Cape Cod. No outono tinha sido mobilizado para o serviço ativo, altura em que começou a partilhar ficheiros secretos. É descrito por um amigo como sendo patriótico, católico devoto e libertário.
Foi detido por alegadamente ter divulgado informações militares confidenciais, recolhidas pelos Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia, a Rússia, mas também a relação com aliados como Israel ou a Coreia do Sul.
O meio da divulgação: a rede social Discord, numa sala de conversação, onde - durante quatro anos - falou com cerca de 20 outros membros por escrito, por áudio ou vídeo e partilhando ficheiros diversos.
“Ele tinha uma atitude mandona, mas era mais como uma figura paternal. Via-se como o líder do grupo e, no fundo, era-o. (...) Ele é muito inteligente. É impossível que não soubesse que o que estava a fazer era ilegal”.
A descrição é feita, ao jornal The Washington Post por um membro, menor de idade, do grupo Thug Shaker Central.
Os membros do grupo ficaram muito próximos durante os confinamentos e no período da pandemia. Tão próximos que, há dias, quando Jack anunciou que ia sair porque se sentia sob busca policial, a reação foi emotiva.
“Havia pessoas a chorar, pessoas perturbadas, tristes… foi quase como assistir a um familiar a falecer”.
O que dizem os documentos confidenciais?
Estes documentos publicados online revelam preocupações dos serviços secretos norte-americanos sobre a viabilidade de uma contraofensiva ucraniana contra as forças russas, devido a problemas de falta de instrução militar e de logística, bem como as preocupações dos Estados Unidos sobre a capacidade de Kiev continuar a defender-se dos ataques de Moscovo.