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“O Presidente Xi quer resolver a questão de Taiwan, mas acredito que não queira resolver com uma ação militar"

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, aos exercício militares chineses perto de Taiwan, às declarações de Macron após a visita à China e a situação no terreno na guerra na Ucrânia.

Germano Almeida

SIC Notícias

A China termina hoje os exercícios militares em redor de Taiwan, que se mostra preparada para responder. Os Estados Unidos já pediram moderação a Pequim. Macron admite que a Europa deve estabelecer uma estratégia autónoma face à política norte-americana.

Na visita à China, o Presidente francês tentou fortalecer a parceria estratégica. Macron defende que a Europa deve ter instrumentos, um diplomático, outro militar, para não depender tanto da aliança com os EUA de modo a poder, por exemplo, ter uma relação diferente com a China".

“A Europa não tem de ir à boleia dos EUA”, a visita de Macron e von der Leyen a Pequim isso o demonstra. “Macron quer uma Europa autónoma, com o seu próprio ritmo, que não esteja dependente do ritmo imposto pela realidade dos EUA”.

Macron quis também tentar pressionar o Presidente Xi no sentido de exercer a sua influência sobre Putin para que trave a guerra na Ucrânia. No entanto, numa entrevista concedida já no regresso de Pequim, Macron admite que a questão da Ucrânia não será uma prioridade para a China.

“O Presidente Xi quer resolver a questão de Taiwan, mas acredito que não queira resolver com uma ação militar”

A China disse esta segunda-feira que mobilizou caças com "munição real" e o porta-aviões Shandong para executarem "ataques simulados" a alvos em Taiwan, após ter cercado o território com dezenas de aviões e navios de guerra.

“O Presidente Xi quer resolver a questão de Taiwan, mas acredito que não queira resolver com uma ação militar, até porque não tem a total noção de como seria a reação norte-americana”.

Mas a China, que é cada vez mais uma superpotência, “não vai admitir muitos mais anos ser uma superpotência dividida”.

“Esta é uma demonstração de que, se quisesse, a China teria capacidade militar de atacar Taiwan”.

Contraofensiva ucraniana em Bakhmut?

O líder do grupo Wagner diz que a Ucrânia está a reunir entre 200 a 400 mil soldados para uma contraofensiva em Bakhmut. O líder do grupo pró russo diz que a contraofensiva ainda não terá começado porque Kiev esta à espera que o terreno lamacento seque e que cheguem mais armas do Ocidente.

“Em Bakhmut, as forças russas continuam a ter ganhos importante, mas há tensões entre o grupo Wagner e as forças convencionais russas".

Kiev pode ficar sem munições aéreas

A Ucrânia pode ficar sem stock de munições para defesa aérea em maio. A informação terá sido divulgada num dos documentos do Pentágono que foram divulgados na internet nos últimos dias, depois de uma fuga de informação.

O documento, de fevereiro, diz que os mísseis S-300 constituem 89% do arsenal de defesa aéreo da Ucrânia e corre o risco de esgotar-se já no próximo mês.

A autenticidade da informação ainda não foi confirmada, porque vários documentos expostos na internet foram adulterados. A Ucrânia acusa a Rússia de estar por trás desta fuga de informação.

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