Apesar da situação tensa em Israel, as orações da terceira sexta-feira do Ramadão decorreram com relativa calma. Pela primeira vez em muito tempo coincidem a Páscoa cristã, a Páscoa judaica e o Ramadão muçulmano. A reportagem do correspondente da SIC em Israel, Henrique Cymerman.
Na Terra Santa estava previsto um fim de semana de festa. Mas as celebrações foram cortadas abruptamente pelos ataques que, esta quinta-feira, foram lançados, quase ao mesmo tempo, sobre Israel – no sul desde a faixa de Gaza e no norte desde o território do Líbano.
A escalada de tensão dirigida pelo grupo islamista Hamas, começou como na mesquita de Al Aqsa em Jerusalém: cerca de 400 jovens palestinianos entrincheiraram-se, na quarta feira à noite, com facas, pedras, correntes e bandeiras do Hamas, dentro do terceiro lugar mais sagrado para o Islão. Horas mais tarde foram expulsos pela polícia israelita, que usou muita força.
O Hamas lançou mensagens nas redes sociais afirmando que a mesquita de Al Aqsa estava a ser atacada. Rapidamente começou uma chuva de rockets sobre o sul de Israel, lançados desde Gaza – o que acontece com certa regularidade.
No entanto, foi a primeira vez desde 2006 que foram lançados quase 34 rockets em simultâneo por um grupo de Hamas que começou a atuar recentemente no sul do Líbano.
O objetivo dos radicais palestinianos do Hamas é incendiar toda a região. Não só com ataques procedentes do Líbano e de Gaza, mas também provocando confrontos e atentados em Jerusalém oriental, na Cisjordânia e no setor árabe israelita.
Até agora conseguiram também provocar um atentado no vale do Jordão na Cisjordânia que causou a morte de duas irmãs israelitas e feriu gravemente a sua mãe.
O gabinete israelita dirigido pelo primeiro-ministro Netanyahu ordenou vários ataques em Gaza e no Líbano contra infraestruturas do Hamas, sem provocar uma nova escalada.
O Governo quer ameaçar o Hamas sem provocar um conflito regional. O Egito fez pressão sobre os islamistas para impedir uma escalada descontrolada.