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Envenenamento em escolas femininas no Irão tem vindo a aumentar

O Governo indicou que foram descobertas "amostras suspeitas" durante as investigações. Os primeiros casos surgiram no final de novembro em Qom, a cerca de 125 quilómetros a sudoeste da capital do Irão, Teerão.

WANA NEWS AGENCY

Lusa

Os casos de envenenamento em várias escolas femininas no Irão aumentaram nas últimas semanas, contabilizando-se várias centenas, e o Governo indicou que foram descobertas "amostras suspeitas" durante as investigações.

De acordo com a agência de notícias Isna, que citou autoridades oficiais de saúde, foram identificados casos de envenenamento de alunas em escolas secundárias femininas nas cidades de Abhar (Oeste), Ahvaz (Sudoeste) e também na escola primária em Zanjan (oeste.

Também se verificaram casos de envenenamento em escolas das cidades de Mashhad (Nordeste), Shiraz (Sul) e Isfahan (Centro).

Os casos de envenenamento ultrapassam agora "várias centenas", tendo sido afetadas 52 escolas, segundo o último balanço oficial.

Num comunicado, divulgado este sábado, o ministro do Interior disse que foram descobertas "amostras suspeitas" durante as investigações, sem adiantar mais detalhes.

Na sexta-feira, o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, apelou aos ministérios do Interior e dos Serviços Secretos para que "desvendassem a conspiração do inimigo para criar medo e desespero entre a população", sem especificar.

O Governo iraniano iniciou ainda uma investigação sobre as origens do envenenamento, mas não foram anunciadas quaisquer detenções nesta fase.

Autoridades ainda não identificaram suspeitos

Os ataques relatados estão a acontecer num momento sensível no Irão, que enfrenta há meses protestos após a morte da jovem Mahsa Amini, depois da sua detenção em setembro pela polícia de moralidade do país.

As autoridades ainda não identificaram suspeitos, mas os recentes ataques levantaram receios de outras raparigas poderem ter sido envenenadas apenas por frequentarem a escola.

Primeiros casos surgiram em novembro

Os primeiros casos surgiram no final de novembro em Qom, cerca de 125 quilómetros a sudoeste da capital do Irão, Teerão. Estudantes do Conservatório de Noor Yazdanshahr adoeceram em novembro e ficaram novamente doentes em dezembro.

As estudantes queixaram-se de dores de cabeça, palpitações cardíacas, letargia e paralisia. Algumas alunas descreveram um cheiro a tangerinas, a cloro ou a agentes de limpeza.

É inverno no Irão, onde as temperaturas geralmente caem abaixo de zero à noite. Muitas das escolas são aquecidas a gás natural, levando a especulação sobre os envenenamentos poderem dever-se a monóxido de carbono.

As escolas afetadas eram destinadas a apenas mulheres jovens, alimentando suspeitas de que os casos não foram acidentais. Pelo menos um caso ocorreu em Teerão, com outros em Qom e Boroujerd. Pelo menos uma escola de rapazes também foi alvo.

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