A família de Archie Battersbee, o rapaz que está em coma desde abril, recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para impedir a execução da decisão do Supremo Tribunal britânico de desligar o suporte de vida. O órgão do Conselho da Europa já aceitou o caso e o hospital mantém o tratamento da criança.
Archie Battersbee está em morte cerebral desde abril, mas os pais não aceitam que a máquina seja desligada. Recorreram ao Supremo Tribunal do Reino Unido mas os juízes rejeitaram o recurso e decidiram que o suporte de vida fosse desligado esta quarta-feira.
Os pais apresentaram agora o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, o que suspende a decisão do Supremo britânico.
Significa que o hospital decidiu não fazer qualquer alteração no tratamento de Archie Battersbee até a questão jurídica estar esclarecida.
A luta mantém-se desde 7 de abril, altura em que Archie de 12 anos entrou em morte cerebral. Os pais acreditam que o menino vai acordar, ainda que com incapacidades, e lutam por mais tempo.
Depois das outras instâncias, foi a vez do Supremo Tribunal do Reino Unido decidir desligar as máquinas já esta quarta-feira. Isto apesar do apelo do Comité das Nações Unidas no âmbito dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que fez com que o sistema continuasse ativo, dado que deveria ter sido desligado na passada segunda-feira.
Os juízes justificam a decisão e dizem que as máquinas não vão impedir a morte da criança por falência de órgãos e, em seguida, insuficiência cardíaca.
Archie foi encontrado inconsciente em casa pela mãe, com uma ligadura no pescoço. Hollie Dance acredita que o que aconteceu foi resultado de um desafio viral na rede social Tik Tok, que consiste em cortar o fornecimento de oxigénio ao cérebro até se perder a consciência.
O psicólogo Eduardo Carqueja diz que é importante os pais estarem atentos ao que os filhos consomem na internet e sublinha a importância do diálogo.