O Presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou esta quinta-feira que a Turquia vai “dizer não à adesão da Finlândia e da Suécia à NATO”.
Tayyip Erdogan diz que a Turquia já cometeu “este erro no passado” e “não irá acontecer novamente”, referindo-se à entrada da Grécia na Aliança Atlântica.
Erdogan acusa os dois países nórdicos de acolherem membros do PKK, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, classificado como organização terrorista por Ancara, bem como pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE).
O Presidente turco também avisou os representantes suecos e finlandeses, que têm uma visita prevista a Ancara na segunda-feira, que não seriam bem-vindos.
A NATO anunciou esta quinta-feira que pretende responder às “preocupações” apresentadas pela Turquia para bloquear os pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica e que o processo de decisão neste processo será rápido.
“Claro que queremos responder às preocupações que a Turquia manifestou” para encontrar um “acordo para avançar”, declarou em Copenhaga o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, reafirmando a “confiança” numa “rápida decisão” de acolher os dois países nórdicos.
“Estamos em contacto permanente com as autoridades turcas, também com as suecas e finlandesas. Queremos que tudo isto se resolva rapidamente (…) e temos grande experiência em lidar com diferentes pontos de vista”, assegurou o líder da NATO, recordando que a divergência de opiniões entre os países membros sobre decisões importantes não é incomum.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, anunciou também esta quinta-feira que vai à Turquia em julho para conversações sobre o conflito na Ucrânia, e depois de Ancara ter ameaçado bloquear os pedidos da Finlândia e da Suécia para aderir à NATO.
“No início de julho, estarei a Ancara para uma reunião bilateral, a primeira do género em dez anos”, disse Draghi num discurso no Senado.
Os dois países têm uma relação conturbada. No ano passado, Draghi chamou “ditador” ao Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, após um incidente diplomático em que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ficou sem cadeira para se sentar durante um encontro com o chefe de Estado turco.
“Discutiremos as negociações e as perspetivas diplomáticas sobre o conflito (na Ucrânia) e o fortalecimento das relações entre a Itália e a Turquia”, detalhou o chefe do executivo italiano.
O pedido de adesão da Finlândia e da Suécia à NATO, formalizado quarta-feira, deverá constar também da agenda, depois de Erdogan, cujo país é membro da Aliança, ter anunciado que se opõe à adesão, contrariando o amplo apoio manifestado por outros membros da organização, incluindo a Itália.
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