Moscovo considera infundadas e "hipócritas" as acusações norte-americanas sobre o disparo de um míssil antissatélite russo que supostamente ameaçou os astronautas que se encontram a bordo da Estação Espacial Internacional.
"Declarar que a Federação da Rússia criou riscos a equipamentos de investigação para fins civis no Espaço é no mínimo hipócrita. Tal facto não existiu", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
De acordo com Lavrov, os Estados Unidos "ignoram as propostas da Rússia e da República Popular da China sobre um acordo internacional para impedir uma corrida aos armamentos no espaço".
"Em 2020, (os Estados Unidos) criaram um comando espacial e adotaram uma estratégia cujo objetivo é estabelecer o domínio militar no cosmos", acusou Lavrov.
Tiro de míssil antissatélite da Rússia pôs em perigo astronautas na Estação Espacial
Os Estados Unidos condenaram com "veemência" o disparo de um míssil antissatélite feito pela Rússia, que originou milhares de destroços que estão a ameaçar os astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
"Hoje, a Rússia conduziu de forma irresponsável um teste destrutivo de um míssil antissatélite de ascensão direta contra um dos seus próprios satélites", referiu o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, que considerou o comportamento de Moscovo como "perigoso e irresponsável".
Segundo Price, esta ação "gerou mais de 1.500 detritos e centenas de milhares de fragmentos menores de detritos orbitais" que agora "ameaçam os interesses de todas as nações".
De acordo com informações norte-americanas, os sete ocupantes da Estação Espacial Internacional chegaram a preparar-se para uma retirada de emergência.