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Morreu astronauta da missão Apollo 11, que colocou o primeiro homem na Lua

Tinha 90 anos e lutava contra um cancro.

Joe Skipper

SIC Notícias

O astronauta Michael Collins, um dos membros da tripulação da famosa missão Apollo 11 que colocou o primeiro homem na Lua em 1969, morreu esta quarta-feira aos 90 anos após uma luta contra o cancro.

A informação foi divulgada num comunicado do Twitter pela família do astronauta da NASA.

Muitas vezes descrito como o astronauta "esquecido" na missão histórica, Collins permaneceu sozinho no módulo de comando da Apollo 11 durante mais de 21 horas até que os dois colegas astronautas voltassem. Chegou a perder contacto com o controlo da missão em Houston cada vez que a nave passava o lado escuro da lua.

Collins escreveu um relato destas experiências numa autobiografia de 1974, "Carrying the Fire", mas evitou a publicidade. Aliás, o astronauta era contra o lado mediático destas missões.

Steve Jurczyk, administrador da NASA, lembrou esta quarta-feira Collins como "um verdadeiro pioneiro".

"A NASA lamenta a perda do piloto e astronauta talentoso, um amigo de todos os que pretendem expandir o potencial humano...O seu espírito irá connosco enquanto nos aventurarmos em horizontes mais distantes", disse Jurczyk num comunicado.

Collins nasceu em Roma em 31 de outubro de 1930. Era filho de um major-general do Exército dos EUA e, como o pai, estudou nos EUA. Frequentou a academia Militar em West Point, Nova Iorque, e formou-se em 1952.

Como muitos da primeira geração de astronautas americanos, Collins começou como piloto de testes da Força Aérea.

Em 1963, foi escolhido pela NASA para o programa de astronautas.

A primeira viagem de Collins ao espaço ocorreu em julho de 1966 como piloto do Gemini X. O segundo e último voo espacial foi o histórico Apollo11.

Depois de um curto período no Governo, Collins tornou-se diretor do Museu Nacional do Ar e do Espaço, deixando o cargo em 1978. Também foi autor de vários livros relacionados com o espaço.

A memória mais forte que guardava da missão Apollo 11, segundo ele, era olhar para trás, para a Terra, que lhe parecia "frágil".

"Eu realmente acredito que se os líderes políticos do mundo pudessem ver o planeta a uma distância de 160.000 quilómetros, a sua perspetiva poderia ser radicalmente diferente. Aquela fronteira tão importante seria invisível, aquela discussão barulhenta seria silenciada", disse ele.

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