Os Parlamentos de vários países foram recentemente alvo da ira popular antes da invasão que ocorreu na quarta-feira no Capitólio, em Washington, por apoiantes do Presidente em exercício dos Estados Unidos, Donald Trump.
Cenas de caos e violência ocorreram na quarta-feira em Washington, incluindo a invasão do edifício do Congresso por apoiantes de Trump que se recusavam a reconhecer a vitória do candidato democrata, Joe Biden, na eleição presidencial de 3 de novembro.
Durante o cerco e a invasão do Capitólio, pelo menos quatro pessoas morreram, 14 polícias ficaram feridos, dois deles em estado grave, e foram efetuadas mais de meia centena de detenções, de acordo com a polícia local.
Outros países que integram a lista de ataques a Parlamentos:
Guatemala
Em 21 de novembro de 2020, centenas de guatemaltecos incendiaram o Parlamento para protestar contra o Orçamento de 2021 e exigiram a renúncia do Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei.
Arménia
Na noite de 09 para 10 de novembro, manifestantes insatisfeitos com a assinatura de um cessar-fogo marcando a derrota da Arménia em Nagorno Karabakh invadiram a sede do Governo e do Parlamento, que saquearam parcialmente.
Quirguistão
Em 6 de outubro de 2020, manifestantes antigovernamentais invadiram o edifício que abriga o parlamento e a administração presidencial, para contestar os resultados das eleições parlamentares.
Os manifestantes libertaram da prisão vários políticos, incluindo o líder nacionalista e populista Sadyr Japarov, agora favorito na eleição presidencial marcada para domingo.
Alemanha
Em 29 de agosto de 2020, várias centenas de manifestantes contra o uso obrigatório de máscaras sanitárias no âmbito das medidas de contenção da covid-19 tentaram entrar à força no prédio do Reichstag, sede do Parlamento alemão, que foi mal bloqueado pelas forças de segurança.
As imagens criaram uma onda de choque na Alemanha, país que teve o seu Parlamento incendiado em 1933 pelos nazis.
Líbano
Em 8 de agosto de 2020, quatro dias após uma explosão que devastou Beirute, milhares de manifestantes furiosos invadiram brevemente vários ministérios. Grupos de manifestantes tentaram cruzar as barreiras de segurança que protegiam o Parlamento e conflitos estouram entre a polícia e os manifestantes.
Mali
Em 10 de julho de 2020 no Mali, abalado por vários meses de manifestações antigovernamentais, os protestos contra o Presidente Ibrahim Boubacar Keita, em Bamako, provocaram pelo menos um morto, 20 feridos e ataques a edifícios públicos, incluindo a Assembleia nacional.
Ibrahim Boubacar Keita seria derrubado por um golpe militar em 18 de agosto.
Sérvia
Em julho de 2020, a Sérvia experimentou vários dias de protestos violentos após o anúncio da reintegração do recolher obrigatório imposto devido às medidas de combate ao novo coronavírus. Em várias ocasiões, um grupo de manifestantes entrou à força no Parlamento.
Hong Kong
Em 1 de julho de 2019, manifestantes anti-Pequim ocuparam e saquearam o Parlamento de Hong Kong por várias horas, no aniversário da transferência da ilha para a China em 1997.
Esse ataque rompeu com o caráter até então pacífico de protestos de várias semanas desencadeados por um projeto de lei que permitia a extradição para a China continental.