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39 corpos encontrados em camião no Reino Unido são chineses

Polícia britânica confirmou hoje a nacionalidade chinesa de 31 homens e oito mulheres.

Hannah Mckay

Corpos encontrados em camião eram de 8 mulheres e 31 homens chineses - Polícia

A polícia britânica confirmou hoje que os corpos encontrados num camião no sudeste da cidade de Grays eram de cidadãos chineses e incluíam 31 homens e oito mulheres.

Entre os 39 cidadãos chineses encontrados, oito são de mulheres e 31 são de homens, sendo que o corpo que se pensava ser de um adolescente, pertence, de facto, a uma jovem mulher adulta.

Condutor do camião ainda não foi acusado de qualquer crime

O motorista de 25 anos, nacional da Irlanda do Norte, é suspeito de tentativa de homicídio e está a ser questionado, ainda que não tenha sido acusado de qualquer crime.

A polícia da Irlanda do Norte fez buscas a três propriedades na quarta-feira, enquanto tenta reconstituir o caminho que o camião e o reboque com as vítimas fizeram.

Caso não é inédito e já levou a buscas na Irlanda do Norte

Já em junho de 2000, 58 migrantes chineses foram encontrados mortos asfixiados num camião no porto inglês de Dover (sudeste).

A polícia britânica fez esta madrugada buscas em propriedades na Irlanda do Norte, enquanto o motorista do camião, de 25 anos e originário desta província do Reino Unido, foi detido sob suspeita de homicídio.

O motorista foi identificado como Mo Robinson, residente na cidade de Portadown, localizada no condado de Armagh, na Irlanda do Norte, onde as buscas foram realizadas.

Um taxista local ouvido pela BBC contou ter visto camiões parar nesta zona e desembarcar migrantes:

"Eles chegam, não falam inglês, estendem-nos um telefone e alguém do outro lado da linha nos pede para os levar a uma morada, normalmente perto de Londres".

Camião registado na Bulgária, proveniente da Bélgica

Ainda que o camião tenha sido registado na Bulgária, o Governo búlgaro afirma que o veículo é propriedade de uma empresa detida por uma mulher de nacionalidade irlandesa.

Segundo as autoridades, o camião e o atrelado, que levava as pessoas dentro, fizeram percursos diferentes antes de chegarem à área industrial em Grays, no condado de Essex, a cerca de trinta quilômetros de Londres.

A polícia britânica confirmou que o atrelado entrou no Reino Unido na noite de 22 de outubro às 00:30 (mesma hora em Lisboa) pelo porto de Purfleet, no rio Tamisa, procedente de Zeebruges, na Bélgica, enquanto o camião partiu da Irlanda do Norte.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros búlgaro precisou que o camião da marca sueca Scania está registado na cidade portuária búlgara de Varna, junto ao Mar Negro, mas essa será a única ligação ao país, onde não há registo de passagem do veículo desde 2017.

O incidente, denunciado pelo primeiro-ministro britânico Boris Jonhson como "uma tragédia inimaginável", voltou a motivar pedidos de combate ao tráfico humano.

Na quarta-feira, a polícia do condado de Kent descobriu nove pessoas vivas num camião numa estrada rodoviária no sudeste de Londres que foram, posteriormente, transferidos para serviços de imigração.

Um relatório sobre crime organizado feito pela agência britânica de combate à criminalidade (National Crime Agency) demonstrou que há um "foco maior" nos números crescentes de tráfico humano na Bélgica após o encerramento do campo para migrantes na cidade de Dunkirk em 2017.

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