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Presidente moçambicano anuncia assinatura do acordo de paz com a Renamo

O acordo para a cessação definitiva das hostilidades militares será assinado esta quinta-feira.

Siphiwe Sibeko/ REUTERS

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou hoje na Assembleia da República que vai assinar na quinta-feira o acordo de paz para a cessação definitiva das hostilidades militares com o líder da Renamo, Ossufo Momade, na serra da Gorongosa.

Filipe Nyusi disse que o acordo de quinta-feira prevê o fim formal dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

O entendimento resulta do diálogo entre Filipe Nyusi com o falecido líder do principal partido da oposição Afonso Dhlakama e depois com o atual presidente da Renamo, Ossufo Momade.

No âmbito do diálogo entre Nyusi e a liderança da Renamo, arrancou na segunda-feira o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração do braço armado deste partido, também na Serra da Gorongosa, no centro do país.

O acordo de quinta-feira será o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e a Renamo, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e o acordo de cessação das hostilidades militares em 2014, na sequência de uma nova vaga de confrontos entre as duas partes.

Ossufo Momade foi escolhido em janeiro para a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) com 410 votos, enquanto Elias Dhlakama recebeu 238, Manuel Bissopo teve sete e Juliano Picardo recolheu cinco votos. Um quinto candidato, Hermínio Morais acabaria por se retirar da corrida e apoiar Momade.

Ossufo Momade, que já tinha sido designado coordenador interino da Renamo desde a morte do histórico líder, Afonso Dhlakama, em maio de 2018, foi confirmado na liderança do partido no início desta ano.

Ossufo Momade, um dos generais e políticos mais conhecidos do partido, integrou a guerrilha depois de ter servido nas fileiras das forças governamentais da Frelimo, partido no poder.

Filipe Nyusi é candidato às eleições presidenciais de 15 de outubro pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, que vão decorrer em simultâneo com as legislativas e assembleias provinciais, que pela primeira vez vão eleger governadores das 10 províncias do país.

A Assembleia da República é dominada pela Frelimo, com uma maioria de 144 deputados, seguida pela Renamo, principal partido da oposição, com 89 deputados, e depois pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com 17 deputados.

Há perto de um ano, o chefe de Estado moçambicano e o coordenador interino da Renamo assinaram um memorando sobre a desmilitarização do braço armado do principal partido da oposição.

Com Lusa

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