Mundo

Sobe para 134 o número de mortos no desastre de Brumadinho

O Instituto Médico-Legal já conseguiu identificar 120 dos corpos resgatados, uma tarefa dificuldada pelo avançado estado de decomposição que os corpos apresentam.

Algumas das vítimas mortais da rutura de barragem em Brumadinho, no Brasil, já começaram a ser enterradas, no cemitério do Parque das Rosas, Pelo menos 65 pessoas morreram na tragédia.
ANTONIO LACERDA

O número de mortos após a rutura de uma barragem em Brumadinho, no sudoeste do Brasil, atingiu os 134, estando ainda desaparecidas 199 pessoas, informou esta segunda-feira a Defesa Civil de Minas Gerais. Questionado sobre a possibilidade de não serem retirados todos os corpos da lama, o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, admitiu esse cenário.

"Nós trabalhamos o mais rápido possível para encontrar o maior número [de corpos]. Só que, evidentemente, pela característica da tragédia e a situação biológica de decomposição, estimamos que, infelizmente, alguns corpos não serão recuperados, mas trabalhamos para que seja o menor número possível", disse o tenente, citado pela plataforma de notícias G1.

As buscas foram retomadas na tarde de hoje, depois de terem sido suspensas devido às fortes chuvadas que caíram durante esta madrugada, informaram fontes oficiais.

Construída em 1976, a barragem que rompeu no passado dia 25 de janeiro tinha capacidade para armazenar cerca de 13 milhões de metros cúbicos de resíduos ferrosos e água, que arrasaram, além da área administrativa da empresa Vale no local, casas, granjas, pousadas e estradas em poucos minutos e com uma força descomunal, como se se tratasse de um tsunami de barro.

Os trabalhos de resgate são complexos e estão a desenrolar-se de uma forma lenta devido à dificuldade do terreno depois da tragédia, pois há zonas em que a lama chega aos 20 metros de altura, apesar do desespero dos familiares das vítimas desaparecidas.

O desastre ocorreu apenas três anos depois de outro semelhante ter acontecido em Mariana, município também localizado no estado de Minas Gerais e onde a rotura de vários diques da mineira Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, provocou 19 mortos e uma tragédia ambiental sem precedentes.

Lusa

Últimas