Pelo menos três pessoas morreram e 13 ficaram feridas, esta terça-feira, num tiroteio levado a cabo perto do mercado de Natal de Estrasburgo, em França. O suspeito do ataque já era conhecido das autoridades como um "criminoso comum". Há 350 militares à procura do atirador e dois helicópteros. As escolas vão abrir normalmente e o policiamento vai ser reforçado em Estrasburgo.
O suspeito do ataque
O ministro do Interior francês, Christophe Castaner, confirmou que o autor dos disparos está identificado pelas autoridades e tem antecedentes criminais. Trata-se de Chérif Chekatt, um homem com cerca de 1.90 metros e que nasceu a 4 de fevereiro de 1989, em Estrasburgo.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Chérif Chekatt ia ser detido esta terça-feira pelas autoridades francesas. Contudo, quando a polícia chegou à sua residência, perto de Estrasburgo, não o encontrou.
Nuno Rogeiro explicou, na SIC Notícias, que o suspeito é filho de um casal magrebino. O comentador da SIC disse ainda que o homem de 29 anos faz parte da “Ficha S” por ter praticado um delito comum e ter entrado num processo de radicalização.
Caça ao homem já chegou à Alemanha
Nas principais estradas, a polícia alemã montou barreiras e está a passar a pente fino os veículos que abandonam Estrasburgo. As autoridades estão a pedir aos condutores para saírem dos veículos e abrir as bagageiras. Isto porque há suspeitas de que o homem poderá ter saído da cidade francesa num táxi furtado.
Fontes da polícia dizem que o atirador foi ferido antes de fugir, numa troca de tiros com as autoridades. Perante a situação, o Governo francês ativou a célula de crise.
Mercados de Natal e iniciativas culturais cancelados
O mercado de Natal de Estraburgo vai ser esta quarta-feira encerrado e todos os espetáculos previstos em instalações culturais da cidade francesa foram anulados.
O autarca de Estrasburgo, Roland Ries, referiu, em comunicado divulgado na rede social Twitter, que as bandeiras vão ficar a meia haste e que será aberto um livro de condolências no município.
Os eurodeputados retidos no Parlamento Europeu
Vários eurodeputados portugueses estavam no Parlamento Europeu, junto ao local do ataque, ou mesmo na rua no momento do tiroteio. Em entrevista à SIC Notícias, Ana Gomes do PS esclareceu que os eurodeputados teriam de ficar dentro do edifício até ordem da polícia.
Nuno Melo do CDS estava a 400 metros do local e descreveu o momento. Já Sofia Ribeiro do PSD relatou o momento em que foi alertada por um segurança e teve de fugir o Parlamento.
Também Paulo Rangel do PSD contou como se estava a preparar para sair do Parlamento quando ficou a saber do ataque. Luís Rego, assessor do Parlamento, falou num um ambiente "calmo, sereno e tranquilo" dentro do Parlamento Europeu.
Apesar do tiroteio, as sessões legislativas agendadas no Parlamento Europeu para esta semana vão realizar-se. A confirmação foi feita pelo presidente daquele organismo, António Tajani.
Os relatos de portugueses na cidade francesa
Os portugueses em Estrasburgo relataram à SIC Notícias os momentos de pânico de sentiram perante o ataque.
Mais de uma centena de pessoas ficaram retidas num cinema junto à zona onde ocorreu o tiroteio. Lília Bispo falou com a SIC sobre os momentos de pânico sentidos.
As reações políticas
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu no Twitter, dizendo que a "Nação está solidária com Estrasburgo, as nossas vítimas e as suas famílias".
Em direto para a SIC Notícias, o Presidente da República afirmou que França tem sido alvo, nos últimos anos, de atentados terroristas "inadmissíveis, condenáveis e que representam o contrário dos valores que defendemos".
Marcelo Rebelo de Sousa pediu ainda uma "cooperação estreita" na União Europeia para combater terrorismo.
Também o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, condenou "com grande firmeza" o tiroteio, salientando que a cidade é, "por excelência, símbolo da paz e da democracia europeias".
A primeira-ministra britânica já reagiu ao atentado. Através de uma publicação no Twitter, Theresa May mostrou-se chocada com o tiroteio, apresentou as condolências às famílias das vítimas e disse que está solidária com os franceses.
"Mais uma vez o atentado foi cometido por alguém que já era conhecido da polícia"
O presidente do OSCOT - Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo - disse que havia dois traços comuns: "mais uma vez o atentado foi cometido por alguém que já era conhecido da polícia" e "atuou sozinho".