"Como dissemos, a questão não são os números, mas os cidadãos. O importante são os objetivos que fixámos, o rendimento de cidadania (subsídio para desempregados), a quota 100 (sistema de reforma) e o reembolso dos lesados dos bancos, que são medidas de que não podemos prescindir", disse Di Maio numa entrevista à Radio Radical hoje de manhã.
"Se durante as negociações com Bruxelas o défice tiver de diminuir um pouco, isso não é importante", acrescentou.
A Comissão Europeia rejeitou, primeiro em outubro e novamente na semana passada, o projeto de orçamento italiano para 2019, que prevê um défice de 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), por considerar que a proposta contém um risco "particularmente grave de incumprimento", e anunciou a abertura de um procedimento por défice excessivo.
Segundo alguns jornais italianos, o governo de coligação entre o Movimento 5 Estrelas (M5S, esquerda antissistema) e a Liga (direita nacionalista) está a avaliar uma descida do défice para 2,1%.
Na semana passada sucederam-se declarações de Roma de que o orçamento não seria alterado.Esta primeira manifestação de abertura surge depois de o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, se ter reunido no sábado com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
O outro "número dois" do Governo de Itália, o líder da Liga, Matteo Salvini, mostrou-se também hoje mais conciliador ao afirmar, numa entrevista ao jornal da manhã da televisão pública RAI, que vai "aplicar-se o senso comum" e que não vale a pena discutir "por 0,1% a mais ou a menos".
"Se em Bruxelas pensam manter o Governo e 60 milhões de italianos reféns de um número depois da vírgula, estamos dispostos a tirar-lhes um álibi", disse.
Lusa