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Sonda da NASA bate recordes de maior aproximação ao Sol e de maior velocidade

A sonda espacial Parker Solar Probe da NASA lançada há 78 dias já bateu dois recordes: está mais perto do Sol do que qualquer outro engenho fabricado pelo Homem e é o mais rápido da História da conquista do espaço.

SIC Notícias

A sonda espacial superou na segunda-feira o recorde de aproximação do Sol: está a apenas 42,73 milhões de quilómetros do astro rei, batendo o recorde anteriormente estabelecido pela sonda americano-alemã Helios-2, em abril de 1976.

A Parker vai continuar a aproximar-se do Sol até voar pela coroa pela atmosfera exterior pela primeira vez, na próxima semana, passando a 24 milhões de quilómetros da superfície solar. Nos próximos sete anos, vai efetuar 24 aproximações ao Sol acabando por chegar a cerca de 6 milhões de quilómetros de distância em 2024.

Lançada a 12 de agosto, a sonda espacial estabeleceu ainda esta terça-feira o recorde do engenho espacial mais rápido da História, ao atingir 247 mil quilómetros por hora. O anterior recorde também pertencia à sonda Helios-2 em 1976.

Sobreviver em condições infernais

Para enfrentar as condições infernais da atmosfera do Sol e sobreviver a temperaturas de 1400ºC, a sonda Parker da NASA tem um escudo protetor feito de um composto de carbono que protege os instrumentos científicos a bordo a uma confortável temperatura de 29ºC.

À superfície, a temperatura do Sol atinge os 5.500ºC. Na coroa, a parte mais exterior da sua atmosfera, visível como um anel durante os eclipses, os termómetros chegam aos 2 milhões de graus Celsius.

A sonda tem como principais objetivos investigar as partículas de energia, as flutuações magnéticas e os ventos solares. Os cientistas da NASA esperam obter fotografias para melhor compreenderem "um ambiente tão estranho para nós", diz um especialista da NASA sobre o Sol, Alex Young.

De facto, a observação à distância da nossa estrela já chegou aos seus limites. "É preciso ir lá onde as coisas acontecem, onde todas as coisas misteriosas acontecem".

A importância do estudo do Sol

Justificando a importância da missão, a NASA salienta que perturbações no vento solar agitam o campo magnético da Terra, que protege o planeta da radiação solar, e interferem com o clima espacial, que pode mudar a órbita dos satélites, encurtar a sua esperança de vida e alterar o funcionamento de equipamentos eletrónicos a bordo, assim como pôr em perigo a vida de astronautas.

A sonda tem o nome do astrofísico norte-americano Eugene Parker, de 91 anos, que apresentou, na década de 50, uma série de conceitos para explicar como as estrelas, incluindo o Sol, libertam energia. Chamou vento solar à 'cascata' de energia do Sol e descreveu todo um "sistema complexo" de plasmas, campos magnéticos e partículas energéticas associado ao conceito de vento solar.

A NASA lembra que Parker teorizou uma explicação para a temperatura extremamente elevada da coroa solar, que, ao contrário do que seria expectável, é mais quente do que a superfície do Sol apesar de ser a camada mais externa da atmosfera.

A sua teoria sugere que erupções solares regulares, mas pequenas, podem causar este calor intenso.

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