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Ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso nega apoio a Haddad

O ex-Presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso negou hoje que tenha manifestado apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, na segunda volta das eleições presidenciais, a disputar em 28 de outubro.

Paulo Whitaker / Reuters

"As redes [imprensa] informaram que eu apoiarei Haddad, o que é uma mentira", afirmou o ex-governante brasileiro que esteve na Presidência da República entre 1995 e 2002, numa mensagem publicada na rede social Twitter, referindo-se a informações publicadas pela imprensa este domingo.

Fernando Henrique Cardoso é o principal líder do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), cujo candidato à presidência, Geraldo Alckmin, ficou em quarto lugar na primeira volta das eleições, com apenas 4,76% dos votos.

Como nenhum candidato atingiu, na votação de domingo, a marca de 50% dos votos válidos, o próximo Presidente da República do Brasil será eleito na segunda volta, a decorrer dentro de três semanas, em 28 de outubro.

A disputa final será entre Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita que obteve 46% dos votos, e Fernando Haddad, que substituiu Lula da Silva na liderança da candidatura do PT (esquerda) e garantiu 29% da preferência do eleitorado.

"Nem o PT, nem Bolsonaro manifestaram compromissos em que eu acredito. Por que motivo haveria de me pronunciar sobre candidaturas que são contra ou não se definem sobre temas que prezo para o país e para o povo?", questionou Fernando Henrique Cardoso.

O ex-chefe de Estado brasileiro acrescentou que não concorda "com o reacionarismo cultural, nem com a falta de compromisso institucional de um vitorioso", numa aparente referência a Bolsonaro, o polémico candidato que se diz defensor da ditadura militar que dominou o Brasil desde 1964 até 1985.

"Também não concordo com a corrupção sistemática e com o apoio ao arbítrio na Venezuela e noutros países", declarou Fernando Henrique Cardoso numa referência aos sucessivos escândalos de corrupção nos governos do PT e aos constantes apoios dados ao governo venezuelano.

A liderança do PSDB tem previsto reunir-se hoje em Brasília para decidir a sua posição para a segunda volta das presidenciais, mas alguns membros do partido já fizeram saber que irão apoiar Bolsonaro.

Lusa

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