Mundo

Bolsonaro não será "Jairzinho paz e amor" na segunda volta

O candidato de extrema-direita às presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, afirmou esta segunda-feira que não vai mudar de estratégia para a segunda volta das eleições e que não se pode tornar no "Jairzinho paz e amor".

Ricardo Moraes

No dia seguinte às eleições, Bolsonaro deu uma entrevista a uma rádio, onde falou da estratégia que vai adotar para a segunda volta das presidenciais, tendo sido questionado se pretendia fazer alguma sinalização aos eleitores de centro.

"Olha só, eu não posso virar o Jairzinho paz e amor. Eu tenho que continuar sendo a mesma pessoa", respondeu o candidato.

Bolsonaro fez uso de uma expressão que já tinha sido aplicada pelo ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, que em janeiro deste ano proferiu que não voltaria a ser o "Lulinha paz e amor", expressão que ganhou em 2002, quando teve a sua imagem suavizada na campanha eleitoral da qual saiu vencedor.

Jair Bolsonaro afirmou ainda que já foi mal interpretado por fazer "brincadeiras" e que agora não vai repetir esse comportamento. "De vez em quando eu falava palavrões e isso eu não vou falar mais", disse.

"Eu fiz uma brincadeira e correu mal. Eu não faço mais essas brincadeiras porque levaram para a maldade, como se eu fosse inimigo das mulheres", afirmou, segundo o portal de notícias brasileiro G1.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) disse ainda que não quer entrar em discussões LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) e voltou a afirmar que a família é a união entre um homem e uma mulher, de acordo com a Constituição.

"A questão de família está na Constituição que, para efeito de proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre homem e a mulher, devendo o próprio Estado facilitar a conversão em casamento", declarou.

"Eu não quero entrar nessa discussão LGBT. Cada um vai ser feliz da maneira que bem entender. Agora, eu não posso admitir que levem para criancinhas de seis ou sete anos de idade a questão da ideologia de género", disse o candidato que conseguiu arrecadar 46% dos votos na eleição deste domingo. Bolsonaro disse ainda acreditar que a "maioria dos gays" votou nele.

Os candidatos Jair Bolsonaro e Fernando Haddad irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no dia 28 deste mês, tendo cada um obtido 46% e 29% dos votos, respetivamente.

Como nenhum candidato atingiu na votação deste domingo a marca de 50% mais um dos votos válidos, o próximo Presidente da República do Brasil será eleito na segunda volta, a decorrer dentro de três semanas.

Neste domingo, 147 milhões de brasileiros foram às urnas para escolher um novo Presidente, membros do Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado), além de governadores e legisladores regionais em todo o país.

Lusa

Últimas