A Igreja Católica pretende, assim, encorajar a abolição da pena de morte em todo o mundo, informou a Santa Sé.
Luís Ladaria Ferrer, da Congregação para a Doutrina da Fé, referiu em comunicado que foi autorizado pelo Sumo Pontífice a introduzir a nova posição em relação à pena de morte, prevista no artigo 2.267 do Catecismo católico.
"A Igreja mostra, à luz do Evangelho, que a pena de morte é inadmissível em todas as circunstâncias, porque atenta contra a inviolabilidade e a dignidade da pessoa, e se compromete com determinação para sua abolição no mundo todo", realça o novo texto.
Na versão anterior do catecismo, admitia-se a pena de morte se fosse "o único caminho possível para defender eficazmente as vidas humanas de um agressor injusto", considerando-se que era uma resposta "adequada à gravidade de alguns delitos e um meio aceitável, ainda que extremo, para a tutela do bem comum".
No novo texto, salienta-se que "hoje está cada vez mais viva a consciência de que a dignidade humana não se perde, nem mesmo depois de se ter cometido crimes muito graves", com a Igreja a mostrar "uma nova compreensão sobre o sentido das sanções penais" aplicadas pelos Estados.
Agora, há "sistemas de detenção mais eficazes, que garantem a necessária defesa dos cidadãos, mas que, ao mesmo tempo, não tiram ao recluso a possibilidade de se redimir".
Por isso, a Igreja Católica "compromete-se com determinação" a conseguir a abolição "em todo mundo" da pena capital, considerada "um ataque à inviolabilidade e à dignidade da pessoa".
Com Lusa