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Ativistas bloqueiam mina na Alemanha para exigir fim do uso de carvão

Cerca de mil ativistas bloquearam este domingo uma mina a céu aberto, em Hambach, no oeste da Alemanha, para exigir que acabe a utilização do carvão, um dia antes do início da conferência da ONU para o clima, em Bona.

A polícia alemã disse que a ação foi concretizada por um grupo de manifestantes que aproveitou uma outra ação de protesto, legal, que ocorreu este domingo de manhã junto a esta mina e na qual participaram cerca de 2.500 pessoas, um número que, segundo os organizadores, foi de 4.500.

A porta-voz do grupo, Dorothee Häussermann, explicou, em comunicado, que o principal objetivo do protesto é "pressionar" para se conseguir chegar a "soluções reais", na questão da proteção do ambiente.

"Na conferência do clima o 'lobby' dos combustíveis fósseis senta-se na mesa das negociações. Ao contrário, as vozes daqueles que estão a sofrer gravemente as consequências das alterações climáticas têm pouco peso", argumenta a ativista.

Assim, "nós mesmos devemos pressionar para conseguir soluções reais. É isso que pretendemos com o bloqueio das infraestruturas mineiras", conclui Dorothee Häussermann.

Os ativistas denunciam que o tipo de carvão extraído desta mina a céu aberto é um dos mais poluentes e uma das formas mais sujas de obter energia, o que relacionam com o facto de a Alemanha não cumprir os seus compromissos de redução de emissões de gases com efeito de estufa.

A 23.ª conferência das Nações Unidas para o clima (COP23) inicia-se na segunda-feira, em Bona, na Alemanha, e prolonga-se até dia 17 de novembro, estando prevista a presença de representantes de mais de 100 países, incluindo Portugal, entre técnicos, especialistas, organizações não governamentais - ambientalistas e outras - e governantes.

O encontro, presidido pelas ilhas Fiji, uma das regiões mais afetadas pelas mudanças do clima, tem como objetivo avançar medidas estipuladas no Acordo de Paris e tentar conseguir mais ambição nas metas nacionais de redução de emissões de gases com efeito de estufa.

Para evitar o agravamento dos fenómenos climáticos extremos, como ondas de calor, seca ou inundações, os cientistas apontam a necessidade de limitar a subida da temperatura a, pelo menos, 2ºC (dois graus Celsius), ou 1,5ºC, em relação à época pré-industrial, mas os atuais compromissos não são suficientes para cumprir esta meta.

Esta COP é a primeira depois do anúncio do abandono do Acordo de Paris pelos Estados Unidos, feito por Donald Trump, presidente dos EUA.

Lusa

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