"Caro colega, estamos profundamente preocupados com os vários relatórios de organizações internacionais" sobre as perseguições de que são vítimas os homossexuais na Chechénia, escreveram o alemão Sigmar Gabriel, o britânico Boris Johnson, o francês Jean-Marc Ayrault, o holandês Bert Koenders e a sueca Margot Wallstrom.
"Apelamos ao governo russo para investigar estas terríveis alegações e garantir a segurança dos militantes e dos jornalistas que investigam", adiantaram.
Na carta, datada de 28 de abril, os ministros apelam ainda ao governo russo para "usar a sua influência sobre as autoridades regionais da Chechénia para acabar com qualquer perseguição, dar assistência às vítimas e levar os agressores a responderem perante a justiça".
Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, pediu ao presidente russo, Vladimir Putin, para ajudar na proteção dos direitos dos homossexuais naquela república autónoma do Cáucaso, num encontro em Sotchi, na costa do Mar Negro.
No final de março, uma investigação do jornal independente Novaia Gazeta revelou que os homossexuais se tornaram alvo das autoridades na Chechénia, sociedade conservadora, de maioria muçulmana, onde a homossexualidade é considerada um tabu.
Segundo o jornal, as autoridades locais detiveram mais de 100 homossexuais e incitaram as famílias a matá-los para "limpar a sua honra" e homossexuais chechenos que fugiram para Moscovo afirmaram à AFP que foram espancados e detidos "numa prisão não oficial".
No entanto, após um encontro entre Vladimir Putin e o presidente checheno, Ramzan Kadyrov, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou a 20 de abril não haver "até ao momento qualquer confirmação concreta" de tais perseguições.
Lusa