O Governo da Chechénia não admite a existência de "gays" no seu território e organizou uma operação dirigida a este grupo da sociedade que considera indesejável. "Remoção preventiva", assim foi designada a operação policial que terá jà levado à detenção de cerca de uma centena de indivíduos.
A Amnistia Internacional cita o Novaya Gazeta, que denunciou as detenções, bem como a realização de uma ação coordenada contras homens homossexuais que terão sido torturados, supostamente para que denunciassem outros indivíduos "gays". O jornal independente russo noticiou também a morte de pelo menos três dos detidos.
"Os crimes de honra" continuam a ser praticados com frequência na Chechénia. Também no seio das próprias famílias, um homem que pelo facto de ser homossexual se considera estar a trair "a honra da família", poderá ser morto por outro familiar e este crime é facilmente encoberto pelas próprias autoridades.
Entre as iniciativas desenvolvidas pela Amnistia Internacional para alertar a comunidade internacional para este caso, inclui-se uma petição dirigida aos responsáveis da Chechénia.
A denúncia deste caso levou à realização de vários protestos e manifestações em diversos pontos do mundo, incluindo Lisboa. Centenas de pessoas concentraram-se esta terça-feira junto à embaixada da Rússia para contestar a "perseguição a homossexuais" na Chechénia e exigir às autoridades portuguesas uma "pressão internacional e diplomática" para exigir o respeito pelos direitos humanos.
O Kremlin já rejeitou estas notícias. "Essas informações não se confirmam", declarou esta quinta-feira o porta-voz Dmitri Peskov, depois de um encontro entre o Presidente russo Vladimir Putin e Ramzan Kadyrov, governador da Chechénia, república russa do Cáucaso de maioria muçulmana.