A investigação a pagamentos provenientes de verbas parlamentares inflige "um duro golpe no princípio da separação dos poderes", declarou um dos advogados de Fillon, Antonin Lévy, em conferência de imprensa.
"O gabinete do ministério público financeiro não é competente para investigar esta matéria, o crime imputado a François Fillon é-lhe totalmente inaplicável" e, por conseguinte, "a investigação do ministério público torna-se ilegal", acrescentou.
O ex-primeiro-ministro e candidato ao Eliseu está no centro de uma polémica depois de o semanário satírico Le Canard Enchaîné ter noticiado, a 26 de janeiro, que quando era deputado, Fillon criou empregos fictícios de assessoria parlamentar para a mulher e dois filhos que lhes permitiram receber centenas de milhares de euros de fundos públicos.
Na segunda-feira, em conferência de imprensa, Fillon pediu perdão por ter empregado a mulher e os filhos, mas negou tratar-se de empregos fictícios e assegurou que mereceram o salário que receberam, inferior, disse, ao montante noticiado.
O escândalo em que François Fillon se encontra mergulhado há duas semanas custou-lhe a perda do estatuto de favorito na corrida presidencial.
Até 26 de janeiro, as sondagens apontavam-no como provável adversário da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, na segunda volta do escrutínio.
A revelação do caso e a posterior abertura de um inquérito pela justiça fizeram baixar a popularidade do candidato.
Segundo uma sondagem do instituto Ifop publicada esta terça-feira, a segunda volta será disputada entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron, o candidato independente.
As presidenciais francesas realizam-se a 23 de abril e 07 de maio.
Lusa