Fillon está no centro de uma polémica depois de o semanário satírico Le Canard Enchaîné ter noticiado que, quando era deputado, criou empregos fictícios de assessoria parlamentar para a mulher e dois filhos que lhes permitiram receber centenas de milhares de euros de fundos públicos.
Na segunda-feira, numa conferência de imprensa, Fillon pediu perdão por ter empregado a mulher e os filhos, mas negou serem empregos fictícios e assegurou que mereceram o salário que receberam, inferior, disse, ao montante noticiado.
"Vocês são os únicos que podem decidir. Façam-no em consciência e com exigência. Exijam uma campanha leal, sem golpes baixos, após a qual devem tomar a decisão mais importante dos últimos 30 anos", escreveu, numa carta aberta publicada pelo diário Ouest-France.
Segundo Fillon, o programa da candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, levaria o país "ao retrocesso económico e à divisão nacional" e o do independente Emmanuel Macron, "ao vazio programático".
O seu, sustentou, propõe "o caminho da liberdade para lutar contra o desemprego em massa e para levantar uma economia asfixiada com o peso dos impostos e das normas".
"O caminho do orgulho do povo francês frente às grandes potências do mundo, frente ao totalitarismo islâmico", afirmou.
Sobre a polémica, o candidato afirmou ter sofrido "uma violência incrível" que o deixou "perplexo" e face à qual respondeu com "a carta da transparência", oferecendo-se para publicar as declarações de impostos.
Como na segunda-feira, Fillon pede perdão por ter "cometido o erro de trabalhar com familiares, privilegiando uma colaboração de confiança que hoje suscita desconfiança".
Antes do caso dos alegados empregos fictícios, revelado a 26 de janeiro, François Fillon era um dos favoritos às presidenciais e as sondagens colocavam-no como provável adversário da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, na segunda volta.
A revelação do caso e a posterior abertura de um inquérito pela justiça fizeram baixar a popularidade do candidato.
Segundo uma sondagem do instituto Ifop publicada esta terça-feira, a segunda volta vai ser disputada entre Marine Le Pen e Emmanuel Macron.
As presidenciais francesas realizam-se a 23 de abril e 07 de maio.
Lusa