"A 23 de janeiro, sairemos à rua em todo o país e não só em Caracas. Devemos exigir eleições, porque até hoje não há nenhuma no calendário", disse o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski.
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, o também governador do Estado de Miranda, frisou que, além de um referendo revogatório [do Presidente Nicolás Maduro], os venezuelanos querem eleições para governações e câmaras municipais, que deveriam ter-se realizado em 2016.
"O Governo não quer mais eleições no país, rouba os processos eleitorais, como aconteceu em 2013 (eleições presidenciais em que Nicolás Maduro venceu Capriles Radonski por 1,49% dos votos) e em 2016 com o referendo revogatório (do chefe de Estado, que foi depois suspenso pelo Conselho Nacional Eleitoral)", declarou.
Por outro lado, frisou apoiar a decisão da maioria parlamentar opositora, que declarou, recentemente, o "abandono do cargo" do Presidente da República e pediu aos venezuelanos para não criarem falsas expetativas, porque isso apenas abre o caminho para uma solução eleitoral à crise no país.
"Nicolás Maduro não quer submeter-se a eleições populares. A maioria dos venezuelanos quer votar e usar essa arma popular. A narrativa 'oficial' (governamental) insistia que desde qur formaram Governo sempre se submeteram a eleições, mas isso hoje não é assim. Eles não querem mais eleições, por isso, nós, os venezuelanos, devemos mobilizar-nos e exigir. O país deve votar durante o ano de 2017", vincou.
Henrique Capriles Radonski queixou-se também de que a Procuradoria-Geral da República não investiga "criminosos e corruptos".
"Nunca houve um Governo tão corrupto na história da Venezuela como este. Hoje estamos (o país) nos primeiros lugares de corrupção", frisou.
Lusa