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Militares venezuelanos acusam parlamento de desrespeito e reafirmam lealdade ao Presidente

As Forças Armadas Venezuelanas (FAV) emitiram esta sexta-feira um comunicado em que acusam o parlamento de desrespeitar as organizações legalmente estabelecidas no país e reafirmam lealdade ao Presidente da República, Nicolás Maduro.

© Handout . / Reuters

"Resulta tristemente contraditório que desde a Assembleia Nacional (AN) se efetue um apelo para resgatar a Constituição, sob uma abordagem tendenciosa e parcial, que pretende gerar incerteza para arrebatar a legitimidade do cidadão Nicolás Maduro como Presidente da República da Venezuela e comandante chefe das FAV", refere o comunicado.

O documento foi divulgado um dia depois de o novo presidente do parlamento, o opositor Júlio Borges ter-se dirigido aos militares, durante a sessão de ajuramentação da nova direção da AN, e ter afirmado que o Chefe de Estado "está fora da Constituição" e que "isso é inaceitável".

"Não é um apelo à rebelião, pelo contrário, é um apelo para fazer cumprir a Constituição e permitir que o povo venezuelano vote", disse Júlio Borges, que anunciou depois que vão ser analisadas denúncias de alegado envolvimento de membros do alto comando militar no narcotráfico e em violações de direitos humanos.

No comunicado divulgado hoje, que conclui com a mensagem "independência e pátria socialista, viveremos e venceremos", as FAV dizem ratificar ao povo venezuelano "a irredutível vocação de servir os mais elevados interesses e o inquebrável compromisso de respeitar e fazer cumprir a Suprema Lei da República", como tem sido feito nos último 17 anos, em que enfrentaram "graves atentados, como golpes de Estado e greves petrolíferas".

As FAV reiteram "absoluta lealdade e incondicional apoio no esforço que dia a dia realiza [o Chefe de Estado] para superar as dificuldades".

"Convém ressalvar o sistemático desrespeito que em forma desafiante se vem praticando desde um setor da AN contra as autoridades legitimamente constituídas, como o Supremo Tribunal de Justiça, ao violar o texto constitucional que o define como o máximo e último intérprete da Constituição, pelo que todas as instâncias do Estado estão obrigadas a acatar estritamente", explica.

Segundo as FAV, "qualquer ato originado à margem da norma é considerado fora do fio constitucional e carente de legalidade" e "não conduz a nada".

No comunicado, as FAV dizem que "já chega de chamados que pretendem envolver a instituição em situações de corte faccioso, contrárias à sua essência constitucional e profissional" e ratificam "o compromisso de defender a todo custo as conquistas da revolução bolivariana em beneficio da amada nação, para preservá-la para sempre soberana e independente".

Lusa

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