Dores de cabeça, desconforto ocular, atividades escolares ao ar livre proibidas durante aquele que é o pico de poluição invernal mais intenso e longo em pelo menos uma década, de acordo com o organismo parisiense de monitorização da qualidade do ar.
Este pico deve-se a um aumento das emissões de partículas, relacionadas com aquecimentos que usam lenha e tráfego automóvel, conjugados com condições meteorológicas favoráveis à sua manutenção junto ao solo, como pouco vento e contraste de temperaturas, explicou este organismo, Airparif.
O alerta para a poluição por partículas, a partir de 80 microgramas por metro cúbico de partículas finas no ar, foi ultrapassado há uma semana na área de Paris e deverá prolongar-se até quinta-feira. Hoje, o nível era de 91, após um máximo de 146 na quinta-feira passada, acrescentou.
O pico de poluição atinge também outras regiões, nomeadamente, o vale do Ródano e a capital regional de Lyon (centro-leste).
Pelo segundo dia consecutivo, as autoridades impuseram hoje a circulação alternada em Paris, um dispositivo excecional usado apenas quatro vezes em 20 anos na capital francesa.
Desde as 05:30 até às 00:00 (04:30 às 23:00 em Lisboa), só os veículos com matrícula impar podem circular, bem como as pessoas que partilham carros ou beneficiam de uma derrogação. Os transportes públicos são gratuitos.
As partículas finas são particularmente nocivas para a saúde, podendo estar na origem de cancros, asma, alergias, doenças respiratórias ou cardiovasculares.
Lusa