As medidas anunciadas pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais depois da fuga de prisioneiros da cadeia de Vale de Judeus tardam a chegar e os guardas prisionais queixam-se de instabilidade e insegurança no meio laboral.
“Desde a fuga até agora somos menos 99 guardas ao serviço por causa das reformas. Vejo uma sobrecarga de trabalho nos meus colegas, horas extra que não são pagas. É um atentado à vida”, afirma Frederico Morais, presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional.
A população prisional aumenta e os guardas diminuem, tanto por reforma como pelos obstáculos burocráticos no acesso à carreira.
“Em Lisboa e no Porto há um guarda por pavilhão para uma média de 150 a 200 reclusos. Temos cadeias sem guardas à noite”, acrescenta Frederico Morais.
Alguns estabelecimentos prisionais cumprem nesta altura greves locais e as associações sindicais depositam esperança na reunião com a tutela agendada para dia 11 de setembro.
Os guardas prisionais falam num modelo caducado, em instalações sem mecanismos de segurança adequados e falta de pessoal. Além disso, acusam o Governo de não dar o devido reconhecimento à carreira.