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Um guarda para 200 reclusos e cadeias sem guardas à noite: o cenário nas prisões portuguesas

Os guardas prisionais denunciam a situação instável que se vive nas cadeias portuguesas e apelam à contratação de mais profissionais. Para dia 11 está marcada uma reunião com a tutela.

Fernanda de Oliveira Ribeiro

Eduardo Horta

As medidas anunciadas pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais depois da fuga de prisioneiros da cadeia de Vale de Judeus tardam a chegar e os guardas prisionais queixam-se de instabilidade e insegurança no meio laboral.

“Desde a fuga até agora somos menos 99 guardas ao serviço por causa das reformas. Vejo uma sobrecarga de trabalho nos meus colegas, horas extra que não são pagas. É um atentado à vida”, afirma Frederico Morais, presidente do Sindicato do Corpo da Guarda Prisional.

A população prisional aumenta e os guardas diminuem, tanto por reforma como pelos obstáculos burocráticos no acesso à carreira.

“Em Lisboa e no Porto há um guarda por pavilhão para uma média de 150 a 200 reclusos. Temos cadeias sem guardas à noite”, acrescenta Frederico Morais.

Alguns estabelecimentos prisionais cumprem nesta altura greves locais e as associações sindicais depositam esperança na reunião com a tutela agendada para dia 11 de setembro.

Os guardas prisionais falam num modelo caducado, em instalações sem mecanismos de segurança adequados e falta de pessoal. Além disso, acusam o Governo de não dar o devido reconhecimento à carreira.

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