Economia

Crédito malparado: DECO fala em atropelo aos direitos dos consumidores

Os bancos estão a pegar nas listas de crédito malparado e a vendê-lo a empresas externas. Quando isso envolve empréstimos à habitação, a situação complica-se. 

Conceição Ribeiro

Luís Silva

A DECO alerta para os atropelos que se têm vindo a repetir, nos últimos oito anos, na venda de crédito malparado por parte dos bancos a empresas exteriores. Tem faltado informação e os consumidores ficam desprotegidos, sobretudo nos casos de empréstimos à habitação.

Os bancos estão a pegar nas listas de crédito malparado e a vendê-lo a empresas externas. De repente, o devedor é confrontado com uma carta da entidade bancária a avisar da cessão dos créditos.

Quando isso envolve empréstimos à habitação, a situação complica-se. O interlocutor passa a ser uma empresa não financeira não supervisionada pelo Banco de Portugal e não abrangida pelas regras gerais do crédito para comprar casa, nomeadamente a possibilidade de retoma.

De acordo com a agência Lusa, o Banco de Portugal desconhece quanto é que os bancos venderam em empréstimos à habitação desde 2017, em operações de cessão de crédito, a entidades não supervisionadas.

Segundo a DECO, os principais bancos têm apostado nessa solução para se livrar do crédito malparado.

Há oito anos que a situação se arrasta. A diretiva comunitária que salvaguarda os consumidores deveria ter sido transposta para a legislação portuguesa, mas tem havido atrasos. O diploma foi finalmente homologado em agosto.

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