O porta-voz do departamento de Estado, John Kirby, não quis hoje fazer comentários sobre a rebelião contra Maduro, ocorrida no domingo na Assembleia Nacional da Venezuela, afirmando que os Estados Unidos "não vão reagir a cada afirmação" que saia de Caracas.
"Mas continuamos muito preocupados com a situação política, económica e humanitária na Venezuela", frisou Kirby na sua conferência de imprensa diária.
"Apelamos ao Governo venezuelano para que se envolva num diálogo sério, que leve a soluções pacíficas aos desafios que o povo venezuelano enfrenta. Agora é o momento, na nossa opinião, de ouvir todas as vozes venezuelanas e trabalhar em conjunto para encontrar soluções", acrescentou o porta-voz.
O poder saído das eleições na Venezuela decidiu suspender o referendo que há meses vinha impulsionando o anti-chavismo, para revogar este ano o mandato de Maduro.
Indignada com tal decisão, a oposição, maioritária na Assembleia Nacional, efetuou no domingo um debate sobre vários temas, entre os quais a declaração da "rutura constitucional" no país e a realização de um suposto golpe de Estado por parte do executivo.
O parlamento decidiu reunir-se de novo na terça-feira, 25 de outubro, para que os deputados avaliem e decidam sobre a "situação da Presidência da Venezuela".
O líder da oposição no parlamento, Julio Borges, propôs que, nessa sessão, se realize uma espécie de julgamento político de Maduro "para determinar a sua responsabilidade na rutura do fio constitucional" no país.
Os chavistas, por seu lado, classificaram como "golpe parlamentar" os planos da oposição maioritária e garantiram que são eles quem está a violar a Constituição ao pretender destituir Maduro, algo que não acreditam que se concretize, pois, como afirmam, o anti-chavismo "não tem povo que o apoie".
Lusa