Ban Ki-moon leu uma declaração diante dos jornalistas pouco tempo depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter anunciado a morte do ex-secretário-geral Boutros Boutros-Ghali, que exerceu o cargo de 1992 a 1996.
O secretário-geral recordou que Boutros Ghali liderou a organização durante um "dramático aumento das operações de paz da ONU".
Foi uma época, segundo destacou Ban Ki-moon, em que "o mundo pedia cada vez mais às Nações Unidas para resolver problemas, numa fase imediatamente após a Guerra Fria".
Na mesma mensagem, o secretário-geral da ONU reconheceu igualmente o valor de Boutros Ghali como um "conhecido académico no Direito Internacional", o que lhe proporcionou uma "experiência formidável" para a direção das Nações Unidas.
"Demonstrou coragem ao levantar questões difíceis para os Estados-membros, e insistiu com razão sobre a independência do seu cargo e da secretária-geral [da ONU]", disse ainda.
"O seu compromisso com as Nações Unidas (...) era inconfundível, e a marca que deixou na organização é indelével", concluiu Ban Ki-moon.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas não forneceu detalhes sobre a morte do ex-secretário-geral. O diplomata egípcio, de 93 anos, tinha sido hospitalizado nos últimos dias num hospital no Cairo.
Também a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) expressou a sua tristeza pela morte de Boutros Ghali, elogiando a postura de vida do diplomata egípcio ao "promover um ideal de um mundo mais justo, pacífico e equitativo".
"Foi um incansável advogado do diálogo e da cooperação e um defensor dos Direitos Humanos e da diversidade cultural", afirmou a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
A representante afirmou ainda que Boutros-Ghali foi um "amigo próximo da UNESCO", que contribuiu ativamente na missão desta agência da ONU.
Lusa