Estado Islâmico mostra "desprezo monstruoso pela vida humana"
O Alto Comissariado para os Refugiados criticou hoje "o desprezo monstruoso pela vida humana" que o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) mostrou no Iraque nos últimos dias ao executar numerosos civis, entre os quais mulheres com funções importantes.
"É um desprezo monstruoso pela vida humana que caracteriza os membros do EI e o terror que fazem reinar nos territórios sob o seu controlo", afirmou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Ravina Shamdasani, em Genebra.
O ACNUR assinalou que três advogadas tinham sido mortas nas duas primeiras semanas deste ano e que outras mulheres tinham sido executadas em Mossul e noutras regiões após terem sido julgadas por um "tribunal islâmico".
"As mulheres que trabalham, instruídas e especialmente as que concorreram a postos na função pública parecem particularmente vulneráveis", indicou.
"O EI estabeleceu 'tribunais islâmicos' no território sob o seu controlo que determinaram penas cruéis e desumanas para os homens, mulheres e crianças acusados de terem violado as interpretações extremistas da lei islâmica defendidas pelo grupo ou de serem desleais", adiantou Shamdasani.
O ACNUR disse ainda que outros civis foram mortos por serem suspeitos de infringirem as regras do EI ou de apoiarem o governo iraquiano.
Quatro médicos foram executados no centro de Mossul acusados de não querem tratar combatentes do EI.
Além disso, quinze outras pessoas foram executadas a 01 de janeiro com um tiro na cabeça em frente a uma multidão em Fallujah por terem cooperado com as forças iraquianas e pelo menos 14 homens que recusaram jurar fidelidade ao EI foram mortos numa praça em Dur, a norte de Tikrit, no dia 09 de janeiro.
A organização da ONU mostrou-se igualmente indignada com o destino reservado a dois homens que foram lançados do alto de um edifício, depois de terem sido acusados de "atos homossexuais" por um "designado tribunal" de Mossul.
Lusa
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