Mundo

Moscovo decide fazer entrar ajuda sem acordo de Kiev 

Vários camiões de ajuda humanitária  russa passaram hoje a fronteira ucraniana, no leste do país, pouco depois  de Moscovo ter anunciado que não ia esperar mais para enviar ajuda para  as zonas em dificuldade, indicou o governo russo.   

(Reuters)
© Alexander Demianchuk / Reuter

"Todos os pretextos para adiar a entrega de ajuda às zonas em situação  de catástrofe humanitária estão esgotados. A Rússia decidiu agir. O nosso  comboio, carregado de ajuda humanitária, dirige-se para Lugansk", um dos  principais bastiões dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, indicou  o ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado.   

Alguns minutos depois deste anúncio, um fotógrafo da agência noticiosa  francesa AFP disse ter visto uma dezena de camiões brancos, dos 300 que  integram o comboio, passar a fronteira, e chegar à alfândega ucraniana.

Os camiões estão estacionados há mais de uma semana no lado russo da  fronteira, a aguardar "luz verde" para avançarem.  

Os primeiros camiões do comboio foram inspecionados na quinta-feira  pela guarda de fronteira e agentes alfandegários ucranianos, procedimento  indispensável para que o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) possa,  em seguida, distribuir a ajuda.   

As autoridades ucranianas receiam que o comboio possa ser alvo de ataques  de rebeldes pró-russos e usado como pretexto para uma intervenção russa.  Kiev advertiu que a passagem da ajuda só será feita quando garantida a sua  segurança.   

Moscovo considerou que "todas as garantias indispensáveis foram dadas"  e que "o itinerário" previsto para o comboio tinha sido verificado pelo  CICV.   

 

    "Funcionários do CICV estão prontos para acompanhar e participar na  distribuição da ajuda. Consideramos que representantes da Cruz Vermelha  russa podem também participar", acrescentou o ministério.  

 

    A diplomacia russa repetiu que "a responsabilidade sobre possíveis consequências  de provocações contra o comboio" pertencia a Kiev.  

 

    Um porta-voz do CICV afirmou hoje à agência noticiosa russa Interfax  que a organização não tinha ainda recebido "garantias de segurança".  

 

Últimas